Vale (VALE3) e BHP encerram processo de recuperação judicial da Samarco
O caso estava em curso desde a crise gerada pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG).
Sob o comando de Gustavo Pimenta, a Vale (VALE3) pretende ampliar a produção, reduzir custos e melhorar a relação com o governo, resolvendo pendências como o acordo de Mariana (MG). Pelo menos foi esta a mensagem do novo presidente da companhia ao mercado.
O novo CEO da Vale, Gustavo Pimenta, reuniu-se com analistas nessa quarta-feira (9), acompanhado do diretor de Relações com Investidores da companhia, Thiago Lofiego. E parece ter deixado uma impressão positiva no mercado, tanto que as ações da mineradora operam em alta na bolsa nesta quinta-feira (10).
📈 De acordo com analistas que participaram do encontro, Pimenta quer ampliar a produção de minério da Vale para algo em torno de 340 milhões a 360 milhões de toneladas por ano até 2026. Isto é, até 9% mais do que a produção prevista para este ano, entre 323 milhões e 330 milhões de toneladas.
Além disso, o executivo pretende expandir a produção de cobre, que é considerado um dos minerais críticos para a transição energética, dada a sua utilização em produtos como baterias de carros elétricos e painéis solares. Neste caso, a meta é expandir a produção das atuais 355 mil toneladas para 500 mil toneladas até 2028.
💲 Ao mesmo tempo, Pimenta pretende reduzir custos e melhorar eficiências. Por isso, a ampliação da produção deve partir de ativos já existentes e não de fusões e aquisições. Segundo o BTG Pactual, é uma "estratégia de alocação de capital mais assertiva, com foco na geração de valor de investimentos existentes, como logística e infraestrutura da Vale, mantendo a meta de dívida líquida de US$ 10-20 bilhões".
Diante disso, não estão previstas mudanças na política de dividendos da empresa. O BTG, por exemplo, projeta um DY (Dividend Yield) entre 6% e 8% para os próximos anos, dado o "foco contínuo nos retornos aos acionistas, com o compromisso de manter a política atual de dividendos e recompra de ações".
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Outra meta de Gustavo Pimenta é melhorar a relação institucional da Vale com stakeholders como o governo. Afinal, a empresa tem ao menos duas questões pendentes para resolver com o Executivo: o acordo de reparação de danos referente ao rompimento da barragem de Mariana, que pode chegar a R$ 100 bilhões, e a renovação da concessão de ferrovias, que pode passar de R$ 10 bilhões.
Além disso, a Vale poderia ganhar com um melhor ambiente de licenciamento ambiental e com possíveis ajustes no decreto que liberava a exploração de cavernas e que foi suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
No mercado, a avaliação deixada pelo novo presidente da Vale foi positiva.
Para o BTG, "o diagnóstico do que precisa ser feito é preciso e crucial para restaurar a confiança do investidor". "Também elogiamos o maior senso de urgência e a ênfase em trabalhar mais de perto com todas as partes interessadas para acelerar melhorias em várias frentes, incluindo desempenho operacional e pendência", acrescentou o banco.
O Goldman Sachs avaliou que "a nova administração tem o potencial de trazer um novo começo ao relacionamento governo-empresa, o que pode ajudar a aliviar as preocupações recentes dos investidores, alinhar melhor os interesses das partes interessadas e reduzir pendências importantes". O JP Morgan reiterou que a "agenda institucional é muito importante" e apresenta um "impacto potencial substancial para a Vale".
A XP acrescentou que a reunião teve um "tom geral positivo e uma visão mais clara sobre a estratégia da empresa sob a nova liderança". Por isso, reafirmou a recomendação de compra para os papeis da Vale. O BTG lembrou, contudo, que o desempenho das ações da Vale continuam sensíveis à demanda chinesa por minério de ferro.
Escolhido para comandar a Vale depois de um processo sucessório turbulento que se arrastou por meses, Gustavo Pimenta tomou posse como presidente da empresa no último dia 1º de outubro.
Ele atuava como o vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da companhia há três anos e já vem participando de negociações como a do acordo de Mariana.
Uma semana depois da posse de Pimenta, a Vale anunciou a saída do vice-presidente executivo de Soluções de Minério de Ferro, Marcello Magistrini Spinelli. Ele foi substituído interinamente pelo atual diretor de Desenvolvimento de Produtos e Negócios da Vale, Rogério Nogueira.
Segundo o Citi Bank, a escolha de Nogueira para o posto reflete o "seu profundo conhecimento técnico e necessidade de estar cada vez mais próximo dos clientes". O BTG acrescentou que a troca não significa que mais mudanças na diretoria vão necessariamente ocorrer agora que Pimenta assumiu o comando da Vale.
O caso estava em curso desde a crise gerada pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG).
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