Vale (VALE3) já perdeu R$ 61,9 bilhões em valor de mercado em 2024

A mineradora começou o ano valendo R$ 332,2 bilhões, mas agora é avaliada em R$ 270,3 bilhões.

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Publicado em 16/03/2024 às 15:21h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 16/03/2024 às 15:21h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
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A Vale (VALE3) já perdeu R$ 61,9 bilhões em valor de mercado em 2024. E cerca de 25% dessa perda foi registrada só nos últimos oito dias.

📉 A mineradora era avaliada em R$ 332,2 bilhões no início do ano, segundo o CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero. Mas esse valor de mercado estava em R$ 286 bilhões em 7 de março, um dia antes do Conselho de Administração da mineradora renovar o mandato do CEO da empresa, Eduardo Bartolomeo, até o fim do ano.

Depois disso, a empresa só teve um dia de valorização na B3. Só na última segunda-feira, por exemplo, desabou 7,25%. E, na sexta-feira (15), teve suas ações negociadas no valor mais baixo em três anos

💲 O saldo foi um baque de 10,5% na B3 e uma perda de aproximadamente R$ 15,7 bilhões de valor de mercado, só entre os dias 7 e 15 de março. A Vale terminou a semana com um valor de mercado de R$ 270,3 bilhões, segundo dados do Investidor10.

Com isso, a empresa não só se distanciou da marca de R$ 300 bilhões de valor de mercado, como se consolida no terceiro lugar do ranking de empresas mais valiosas da B3. A mineradora era a segunda maior empresa da B3, atrás apenas da Petrobras (PETR4), mas perdeu o posto para o Itaú (ITUB4) no fim de janeiro.

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O que explica a queda da Vale

As perdas ocorrem diante das polêmicas envolvendo o processo sucessório da Vale, mas também da queda dos preços internacionais do minério de ferro e do temor de redução da demanda chinesa. No início do ano, a mineradora ainda foi afetada pela condenação judicial referente ao rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, e à suspensão da licença ambiental de duas minas no Pará.

O imbróglio envolvendo o processo sucessório da Vale começou depois que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou indicar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o comando da mineradora. O mercado reagiu mal e o governo desistiu da proposta -hoje, a ideia é indicar Mantega para o Conselho de Administração da Braskem (BRKM5).

Depois disso, no entanto, o Conselho de Administração da Vale continuou dividido sobre o futuro comando da empresa. Parte dos conselheiros defendia a recondução de Eduardo Bartolomeo, que comanda a Vale desde 2019, mas outra parte queria a escolha de um novo presidente.

Só em 7 de março, os conselheiros chegaram a um acordo. A saída foi estender o mandato de Bartolomeo, que acabaria em 26 de maio, até o fim do ano e usar esse tempo para escolher o próximo presidente. De acordo com a empresa, o processo seletivo será conduzido com o apoio de uma consultoria, "de forma diligente e cumprindo com rigor as políticas internas da companhia".

O agora ex-conselheiro independente da Vale, José Luciano Duarte Penido, no entanto, disse que o processo sucessório "vem sendo conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa e sofre evidente e nefasta influência política". Ele renunciou ao cargo na última segunda-feira (11), dizendo não acreditar mais na honestidade dos propósitos de acionistas relevantes da empresa.