Selic a 15% “pelo tempo necessário” pesa e derruba Ibovespa; confira

Nesta segunda-feira (1º), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,29%, aos 158.611,01 pontos, devolvendo parte dos ganhos recentes.

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Publicado em 01/12/2025 às 18:45h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 01/12/2025 às 18:45h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
Já o dólar à vista avançou 0,46%, cotado a R$ 5,35 (Imagem: Shutterstock)
Já o dólar à vista avançou 0,46%, cotado a R$ 5,35 (Imagem: Shutterstock)
🚨 O Ibovespa (IBOV) iniciou dezembro com uma leve realização de lucros, após atingir na última sessão um recorde nominal. 
Nesta segunda-feira (1º), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,29%, aos 158.611,01 pontos, devolvendo parte dos ganhos recentes. Na sexta-feira (29), o índice havia encerrado o pregão em máxima histórica, aos 159.072,13 pontos.
Já o dólar à vista avançou 0,46%, cotado a R$ 5,3593, em meio a maior aversão ao risco no exterior e incertezas domésticas quanto ao rumo da política monetária.
O destaque do dia ficou por conta de novas declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que reafirmou que a taxa Selic deve permanecer em 15% ao ano enquanto não houver sinais claros de convergência da inflação para a meta. 
Em evento da XP, em São Paulo, Galípolo reforçou que a política monetária segue restritiva e que não há elementos novos para alterar essa perspectiva na reunião do Copom da próxima quarta-feira (10).
A sinalização de manutenção dos juros em patamar elevado, combinada ao cenário externo incerto, impactou o comportamento do mercado local.

Desempenho por ações

Entre os principais papéis do índice, Vale (VALE3) se destacou com alta de mais de 1%, sustentada pela valorização do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian subiu 1,14%, a US$ 113,21 por tonelada.
Petrobras (PETR4) operou entre leves altas e quedas, encerrando o pregão no campo negativo. A estatal anunciou a ampliação da Refinaria Abreu e Lima, em parceria com o Porto de Suape, além de reajuste no preço do querosene de aviação (QAV), que subiu 3,8% neste início de mês.
Na ponta negativa, MBRF (MBRF3) liderou as perdas do índice com queda próxima de 8%, pressionada por rebalanços de carteira. 
Na outra ponta, Eneva (ENEV3) subiu mais de 3%, beneficiada por recomendações positivas de grandes bancos, como BTG Pactual e Santander, que elevaram a ação à condição de "top pick" para dezembro.

Mercado internacional

No exterior, os mercados dos Estados Unidos encerraram o dia em baixa, refletindo a expectativa pelo discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), ainda que o período de silêncio da instituição tenha iniciado no sábado (29).
Investidores monitoram sinais sobre o possível início do afrouxamento monetário na próxima reunião do FOMC, marcada para os dias 9 e 10 de dezembro.
📊 Confira os fechamentos em Wall Street:
  • Dow Jones: -0,90%, aos 47.289,33 pontos
  • S&P 500: -0,53%, aos 6.812,63 pontos
  • Nasdaq: -0,38%, aos 23.275,92 pontos
Na Europa, os índices encerraram em leve baixa, em dia de ajuste. Ações da Airbus caíram mais de 5% após relatos de novas falhas na frota A320, o que contribuiu para a queda de 0,20% do Stoxx 600, aos 575,27 pontos.
📈 Na Ásia, o movimento foi misto. O índice Nikkei, no Japão, recuou 1,89%, refletindo cautela após o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, sinalizar que a instituição pode discutir um aumento de juros na próxima reunião. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,67%, aos 26.033,26 pontos.