Selic a 14,25%: Quais ações brasileiras superam a renda fixa?

🤑 Ao que tudo indica, o Banco Central deve elevar a taxa Selic para o patamar de 14,25% ao ano nesta Super Quarta (19), o que torna os investimentos em renda fixa indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ainda mais atrativos em 2025. Mas, será que ignorar as ações brasileiras por completo é um bom negócio?

Os investidores de longo prazo que não tiveram receio de se manter firmes na renda variável puderam colher valorizações que superam uma rentabilidade de quase +1.000% no acumulado dos últimos cinco anos, caso tenham decidido se tornarem sócios da petroleira estatal Petrobras (PETR3).

Segundo um levantamento elaborado por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, algumas ações brasileiras listadas na B3 (B3SA3) superaram e muito os ganhos oferecidos pela modalidade de renda fixa mais popular no Brasil, os investimentos atrelados ao CDI, que também entregam retornos bem semelhantes ao Tesouro Selic.

🏆 No topo do ranking, as ações da Petrobras tiveram ganhos de +993,22% nos últimos cinco anos, ao passo que o CDI teve desempenho de +53,51% sobre o patrimônio aplicado pelos investidores no mesmo período. 

Ou seja, são cerca de 939 pontos percentuais a mais em ganhos que quem escolheu correr os riscos da renda variável obteve ao preferir o investimento em PETR3 em detrimento da renda fixa atrelada ao CDI.

"Para se ter uma ideia da magnitude desse desempenho, no período de 12 meses encerrado em 18 de março de 2021, a ação subiu 109,98%, enquanto o CDI rendeu apenas 2,26% no mesmo intervalo. Isso representa um prêmio de 107,72 pontos percentuais em relação ao referencial da renda fixa", comenta Rivero.

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Ações brasileiras que mais subiram acima do CDI

O estudo analisou o desempenho de ações brasileiras entre 18 de março de 2021 e 18 de março de 2025, verificando quais delas entregaram retornos acima do CDI em cada um desses anos. O resultado? Sete companhias se destacaram nessa maratona financeira, com rentabilidades que superaram a renda fixa.

• CDI: Retorno de +53,51% nos últimos 5 anos
• Petrobras (PETR3): Retorno de +993,22% nos últimos 5 anos e prêmio de 939 pontos percentuais acima do CDI
• Petrobras (PETR4): Retorno de +964,74% nos últimos 5 anos e prêmio de 911 pontos percentuais acima do CDI
• Embraer (EMBR3): Retorno de +764,12% nos últimos 5 anos e prêmio de 710 pontos percentuais acima do CDI
• Santos Brasil (STBP3): Retorno de 552,68% nos últimos 5 anos e prêmio de 499 pontos percentuais acima do CDI
• Technos (TECN3): Retorno de +380,82% nos últimos 5 anos e prêmio de 327 pontos percentuais acima do CDI
• Banco do Brasil (BBAS3): Retorno de +229,82% nos últimos 5 anos e prêmio de 9176 pontos percentuais acima do CDI
• Sabesp (SBSP3): Retorno de +195,84% nos últimos 5 anos e prêmio de 142 pontos percentuais acima do CDI

Risco x Retorno: vale a pena?

🔎 Conforme Einar Rivero, mesmo em um cenário de juros elevados, ainda existem oportunidades na  renda variável para quem deseja buscar retornos mais expressivos, como aponta o próprio levantamento.

Todavia, o investidor precisa ter em mente que o ato de se tornar sócio de uma companhia listada na bolsa de valores brasileira significa que o mesmo verá o seu patrimônio sofrer muito mais volatilidade ao longo do tempo do que em relação à renda fixa atrelada ao CDI.

"Para quem busca um equilíbrio entre segurança e rentabilidade, empresas com histórico consistente de superação do CDI podem ser uma opção a considerar na composição do portfólio", afirma o CEO da consultoria Elos Ayta.

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Diversificação na hora de investir em ações brasileiras

Uma das coisas que mais chama a atenção ao olhar as  ações brasileiras que compõem o estudo é que são os mais variados setores que conseguiram deixar o CDI comendo poeira nos últimos cinco anos.

Por exemplo, as ações da  Petrobras (PETR4) se beneficiaram da valorização do petróleo no mercado internacional e de políticas agressivas de distribuição de dividendos.  Já a  Embraer (EMBR3) surfou na recuperação do setor aeronáutico pós-pandemia. A  Santos Brasil (STBP3) aproveitou o crescimento das exportações e a necessidade de infraestrutura logística.

⌚ Bem menos conhecida do grande público, a  Technos (TECN3) surpreendeu os investidores ao manter um crescimento sustentável, mesmo sendo de um setor tradicionalmente mais volátil, no setor de consumo cíclico. Trata-se da maior empresa de relógios da América Latina, que opera uma planta de montagem e distribuição em Manaus, a capital do Amazonas.

"O  Banco do Brasil (BBAS3) provou que bancos públicos também podem gerar retornos robustos para seus acionistas. E a  Sabesp (SBSP3), apesar de apresentar o menor retorno entre as selecionadas, demonstrou que é possível superar a  renda fixa investindo no setor de utilidade pública", destaca o autor do levantamento.