Renda fixa que mais paga em 2025: Saiba quanto o seu dinheiro cresce na maior Selic desde 2006

Letras Financeiras indexadas ao CDI superam ganhos até das LCAs e LCIs, que são isentas de imposto de renda

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Publicado em 09/05/2025 às 20:00h - Atualizado 4 minutos atrás Publicado em 09/05/2025 às 20:00h Atualizado 4 minutos atrás por Lucas Simões
Valor mínimo para aplicar em Letras Financeiras é a partir de R$ 50 mil (Imagem: Shutterstock)

🤑 Sendo um tipo de renda fixa voltada para o investidor de maior patrimônio acumulado, as Letras Financeiras podem ter o seu espaço relevante em 2025, visto que se trata da modalidade de renda fixa atrelada ao CDI que mais pagará juros compostos nos próximos anos.

Isso porque é esperado que as Letras Financeiras com taxas a partir de 108% do CDI entreguem uma rentabilidade líquida de +27,16% nos próximos dois anos e cerca de +83,37% nos próximos cinco anos, conforme os cálculos do planejador financeiro Rafael Haddad, do C6 Bank.

Dessa forma, caso um investidor aplique R$ 50 mil em uma Letra Financeira pagando 108% do CDI, o mesmo obterá o retorno bruto de R$ 99.044,00 nos próximos cinco anos. Mesmo pagando uma alíquota de 15% de imposto de renda, o investidor ainda embolsa R$ 91.687,40.

Para quem ficou na dúvida se realmente vale a pena, saiba que o ganho supera até mesmo uma LCA ou LCI oferecendo 96% do CDI, cujo pagamento líquido seria de R$ 90.297,21 nas mesmas condições, embora esses tipos de renda fixa ligados ao agronegócio e ao mercado imobiliário já sejam isentos da mordida do leão da Receita Federal.

➡️ Leia mais: Selic a 14,75%: Quanto rendem R$ 10 mil em CDB, LCA, LCI, Tesouro Selic e poupança

Letras Financeiras não são para todos os bolsos

As Letras Financeiras são ótima alternativa na renda fixa para quem deseja aproveitar ao máximo o patamar da taxa Selic a 14,75% ao ano, o maior desde 2006, que consequentemente potencializa os investimentos indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

Todavia, as Letras Financeiras têm uma série de barreiras de entrada, sendo a principal delas o seu valor de aplicação mínima, a partir de R$ 50 mil, somente se não houver cláusula de subordinação. Caso exista, o valor do aporte mínimo sobe para R$ 300 mil.

💸 Fora isso, esse tipo de renda fixa tem um prazo de vencimento mínimo não inferior a dois anos, ou seja, ele sempre garante que o investidor só pagará a menor alíquota de imposto de renda, mas tendo que travar o seu patrimônio emprestado por mais tempo.

Também não há a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para quem aplica em Letras Financeiras, o que até faz sentido, já que sendo uma aplicação financeira voltada para o público de alta renda, com facilidade os aportes superam a proteção de até R$ 250 mil.

Por isso, normalmente, os especialistas recomendam os interessados em Letras Financeiras procurarem opções apenas em grandes instituições financeiras e mais consolidadas, como os maiores bancos do país: Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11), BTG Pactual (BPAC11) e Caixa Econômica Federal.

Quanto rendem R$ 50 mil em Letras Financeiras?

Emprestar R$ 50 mil para bancos que ofertam Letras Financeiras pagando 112% do CDI dever gerar:

  • R$ 65.977,63 após dois anos (sendo R$ 63.580,98 descontado o imposto de renda);
  • R$ 99.044,00 após cinco anos (sendo R$ 91.687,40 descontado o imposto de renda).

Rentabilidade

Para o C6 Bank, a rentabilidade líquida estimada em Letras Financeiras pós-fixadas deve ficar em:

  • Remuneração de 27,16% (após dois anos);
  • Remuneração de 83,27% (após cinco anos).

Como foram feitos os cálculos?

Os cálculos do planejador financeiro levaram em conta algumas premissas, estimativas para os principais indicadores da renda fixa e projeções sobre a inflação.

Ele explica a importância de acompanhar os contratos de juros negociados em bolsa (DI futuro), e não apenas ficar ancorado na mudança a cada 45 dias da taxa Selic, que é praticamente o mesmo valor do CDI.

🗣️ "O DI futuro é um contrato de juros negociado em bolsa de valores, como uma ação, em que seu preço reflete o DI médio entre o dia da negociação e o vencimento do contrato. Ou seja, cada contrato tem um preço que corresponde à expectativa do mercado sobre a taxa de juros no período", salienta Rafael Haddad, do C6 Bank.

Portanto, quando o investidor deseja ter ideia de quanto será a sua rentabilidade em título de renda fixa semelhante às Letras Finaceiras pós-fixadas, é ideal considerar qual será a taxa média do CDI no período e não apenas a taxa básica juros atual.

Logo, veja a seguir as premissas utilizadas pelo planejador financeiro para calcular a possível remuneração do título de renda fixa:

  • Selic: 14,82% a.a. (em seis meses); 14,70% a.a. (em um ano); 13,96% a.a. (em dois anos); 13,74% a.a. (em cinco anos);
  • CDI: 14,72% a.a. (em seis meses); 14,60% a.a. (em um ano); 13,86% a.a. (em dois anos); 13,64% a.a. (em cinco anos);
  • Poupança: 8,22% a.a. (em seis meses); 8,22% a.a. (em um ano); 8,22% a.a. (em dois anos); 8,22% a.a. (em cinco anos);
  • Inflação: 4,59% a.a. (em seis meses); 4,97% a.a. (em um ano); 4,47% a.a. (em dois anos); 4,10% a.a. (em cinco anos).