Ranking 2025: Confira os maiores vencedores e perdedores do Ibovespa

A Cogna liderou o Ibovespa com alta de 240% em 2025, o melhor ano da bolsa desde 2016. Já a Raízen teve a maior queda.

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Publicado em 30/12/2025 às 19:30h - Atualizado 4 minutos atrás Publicado em 30/12/2025 às 19:30h Atualizado 4 minutos atrás por Matheus Silva
A grande narrativa que ditou o ritmo do mercado em 2025 foi a "virada de chave" das ações cíclicas (Imagem: Shutterstock)
A grande narrativa que ditou o ritmo do mercado em 2025 foi a "virada de chave" das ações cíclicas (Imagem: Shutterstock)
🏆 O investidor que apostou no mercado brasileiro em 2025 encerra o ciclo anual com um balanço extremamente positivo. O Ibovespa consolidou uma valorização de 34%.
Este desempenho não é apenas um número frio; trata-se da maior alta anual registrada pela bolsa em nove anos.
O movimento foi acompanhado por um recuo histórico do dólar, que caiu 11,18% no ano, encerrando a R$ 5,48, a maior perda anual da divisa americana perante o real desde 2016.
A grande narrativa que ditou o ritmo do mercado em 2025 foi a "virada de chave" das ações cíclicas.
Com os sinais claros de desaceleração da inflação e o consequente fechamento da curva de juros futuros, as empresas que dependem diretamente do consumo interno e do crédito ganharam tração, mesmo com a taxa Selic ainda em patamares restritivos elevados, atualmente em 15% ao ano.
Por outro lado, as gigantes exportadoras de commodities, que brilharam em ciclos anteriores, ficaram para trás, prejudicadas pela forte desvalorização do dólar que reduziu suas margens em moeda local.

O fenômeno 'Cogna'

A estrela absoluta do Ibovespa em 2025 foi a Cogna (COGN3). A gigante do setor educacional disparou impressionantes 239,78%, deixando para trás uma sequência amarga de prejuízos anuais que se arrastava desde 2020. 
O mercado premiou a companhia por resultados que analistas do BTG Pactual classificaram como consistentes e "limpos", focados em uma geração de caixa robusta e em um processo acelerado de desalavancagem.
De acordo com o relatório do BTG Pactual, o grupo demonstrou uma recuperação sólida especialmente no segmento Kroton. 
Além do desempenho operacional, movimentos estratégicos como o fechamento de capital da Vasta e o anúncio de dividendos logo após os primeiros lucros registrados em 2024 foram fundamentais para resgatar a confiança do investidor.
📊 Confira as dez maiores altas do Ibovespa no ano:

Posição

Código

Nome

Variação Anual

COGN3

Cogna ON

+239,78%

AXIA3

Axia Energia ON

+105,23%

CYRE3

Cyrela ON

+97,86%

BPAC11

BTG Pactual Units

+97,15%

DIRR3

Direcional ON

+93,69%

ENEV3

Eneva ON

+91,64%

AXIA6

Axia Energia PNB

+88,70%

CPFE3

CPFL Energia ON

+85,81%

VIVA3

Vivara ON

+82,34%

10º

RDOR3

Rede D’Or ON

+76,03%

O calvário da Raízen e as empresas em crise

Na outra ponta da tabela, a Raízen (RAIZ4) amargou o título de pior ação de 2025, com uma queda de 62,50%. 

A companhia, uma joint venture entre Cosan (CSAN3) e Shell, enfrentou uma "tempestade perfeita": endividamento elevado, condições climáticas desfavoráveis que afetaram a moagem de cana-de-açúcar e problemas operacionais persistentes.

O papel chegou a ser negociado como uma penny stock (abaixo de R$ 1) por 59 sessões consecutivas.

Para tentar estancar a sangria, a Raízen acelerou seu plano de desinvestimentos, que prevê levantar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões nos próximos 18 meses.

Entre as medidas, destaca-se a venda de 55 usinas de geração distribuída e o fim da parceria com a Femsa nas lojas Oxxo.

📊 Confira as dez maiores quedas do Ibovespa no ano:

Posição

Código

Nome

Variação Anual

RAIZ4

Raízen

-62,50%

HAPV3

Hapvida ON

-55,96%

NATU3

Natura ON

-41,61%

CSAN3

Cosan ON

-34,80%

SMTO3

São Martinho

-33,60%

BRKM5

Braskem PN

-31,87%

VAMO3

Vamos ON

-29,48%

BRAV3

Brava Energia ON

-28,40%

RECV3

PetroReconcavo ON

-26,45%

10º

SUZB3

Suzano ON

-14,92%

O que o ranking de 2025 ensina para o futuro

O fechamento deste ano deixa lições valiosas. A seletividade foi a palavra de ordem. Enquanto setores como construção civil e financeiro quase dobraram de valor, teses baseadas em crescimento alavancado ou dependência exclusiva de commodities sofreram punições severas.
Para o investidor, o Ibovespa nos 161 mil pontos em 2026 exigirá ainda mais atenção aos fundamentos. O ciclo de recuperação da Cogna prova que é possível encontrar valor em ativos desacreditados, desde que a execução operacional seja eficiente.
💰 Agora, o desafio é monitorar se as campeãs de 2025 ainda possuem fôlego e se as empresas que ficaram para trás conseguirão concluir seus planos de reestruturação no novo ano que se inicia.