Quem é Magda Chambriard, a nova presidente da Petrobras (PETR4)

Magda foi nomeada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a nova presidente da companhia.

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Publicado em 15/05/2024 às 09:22h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 15/05/2024 às 09:22h Atualizado 3 meses atrás por Matheus Rodrigues
Magda foi nomeada pelo presidente Lula como a nova presidente da Petrobras. Foto: Arquivo/Antonio Cruz/Agência Brasil

🚨 Na noite da última terça-feira, a Petrobras (PETR4) anunciou uma significativa mudança em sua liderança.

Magda Maria de Regina Chambriard foi nomeada a nova presidente da companhia e membro do conselho de administração, substituindo Jean Paul Prates.

A decisão ocorreu após um período de tensão e desgaste entre Prates e importantes figuras do governo, como os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.

A troca no comando é vista por muitos como um reflexo da interferência política nas operações da estatal, um tema que continua a gerar debates acalorados sobre a autonomia e a estratégia futura da Petrobras.

Quem é Magda Chambriard?

Magda Chambriard, uma figura já conhecida nos círculos de energia e petróleo do Brasil, não é novata em posições de liderança e regulação no setor.

Com uma carreira que começou na Petrobras em 1980, Chambriard tem mais de quatro décadas de experiência, principalmente na área de produção de petróleo e gás.

Sua trajetória na estatal durou 22 anos, após os quais ela se juntou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), onde eventualmente ascendeu ao cargo de diretora-geral.

Nascida em 1958, Magda Chambriard formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1979, e, uma década depois, concluiu seu mestrado em Engenharia Química pela COPPE/UFRJ.

📖 Antes de sua nomeação como diretora-geral da ANP em 2012, uma posição que manteve até 2016, Chambriard já havia deixado sua marca na Petrobras e na própria agência.

Durante seu tempo na ANP, ela foi responsável por importantes iniciativas regulatórias e liderou a implementação do Plano Plurianual de Geologia e Geofísica, que foi crucial para o sucesso de futuras licitações de exploração de petróleo em novas fronteiras sedimentares.

Como diretora-geral da ANP, Chambriard não apenas supervisionou a regulamentação e a promoção de leilões de exploração, mas também enfrentou desafios significativos, como o vazamento de óleo na Bacia de Campos pela Chevron.

Suas decisões frequentemente rigorosas, incluindo a aplicação de multas pesadas a operadoras de plataformas, destacaram seu compromisso com a segurança e a sustentabilidade ambiental, embora também tenham provocado discórdias dentro do setor.

Além de seu trabalho regulatório, Chambriard também se destacou como defensora de uma maior exploração de petróleo em áreas inexploradas do Brasil, como a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas.

Ela acredita que o "boom do pré-sal" já passou e que é essencial buscar novas fronteiras para manter a produção de petróleo do país.

Após deixar a ANP, Chambriard continuou a influenciar o setor como consultora e como diretora da assessoria fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Ela também fundou a Chambriard Engenharia e Energia, onde tem trabalhado ativamente na consultoria em energia.

Novos desafios

Assumindo a presidência da Petrobras em um momento de incertezas políticas e econômicas, Chambriard enfrenta o desafio de equilibrar as expectativas do governo, que deseja ampliar os investimentos e controlar os preços dos combustíveis, com as demandas do mercado por sustentabilidade financeira e confiança dos investidores.

💲 Ela terá que revisar o plano de negócios da Petrobras para os próximos anos, bem como definir uma política de dividendos que satisfaça tanto os acionistas quanto as necessidades de reinvestimento da empresa.

A nomeação de Chambriard também simboliza um passo significativo em termos de representação feminina nas altas esferas corporativas do Brasil, sendo ela a segunda mulher a ocupar o cargo de presidente da Petrobras.

Seu vasto conhecimento técnico e experiência regulatória serão vitais para a Petrobras navegar pelos desafios que se avizinham, garantindo que a companhia continue a ser um pilar crucial para o desenvolvimento energético e econômico do Brasil.

Esta mudança de liderança, embora controversa para alguns devido às circunstâncias de sua nomeação, é um momento definidor para a Petrobras e para o setor energético brasileiro como um todo.