Previ reduz participação na BRF e entra na Justiça contra fusão com a Marfrig

A companhia comunicou a redução de sua participação acionária na BRF de 5,0063% para 4,9333%.

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Publicado em 17/06/2025 às 19:06h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 17/06/2025 às 19:06h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
A movimentação ocorre em meio à resistência da fundação à proposta de fusão (Imagem: Shutterstock)

🚨 A disputa pela fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) ganhou novos contornos nesta terça-feira (17).

A Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, comunicou ao mercado a redução de sua participação acionária na BRF de 5,0063% para 4,9333%, totalizando agora 93 milhões de ações ordinárias.

A movimentação ocorre em meio à resistência da fundação à proposta de combinação de negócios entre as duas gigantes do setor alimentício.

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, a Previ ingressou com ação na Justiça contra a fusão.

O movimento amplia a tensão em torno da operação, que enfrenta questionamentos por parte de acionistas minoritários e agora também de investidores institucionais relevantes.

CVM adia assembleia decisiva

Também nesta terça-feira, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu suspender por 21 dias a assembleia geral extraordinária que estava marcada para quarta-feira (18).

O objetivo da reunião seria deliberar sobre a proposta de incorporação da BRF pela Marfrig, que já detém uma participação controladora na empresa.

A suspensão ocorre após uma representação da gestora Latache Capital, acionista minoritária da BRF, que solicitou mais tempo para análise da proposta.

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Apoio parcial entre os acionistas

No último domingo (15), a BRF divulgou o resultado parcial da votação online feita com seus acionistas.

Até o momento, considerando 51% do capital votante, 69% dos investidores se mostraram favoráveis à fusão.

O dado foi destacado em relatório pelo Goldman Sachs, que vê o adiamento da assembleia como um novo capítulo em um processo já conturbado.

O banco reiterou sua recomendação de compra para as ações da Marfrig, com preço-alvo de R$ 27,60 — o que representa um potencial de valorização de 10,4% frente ao último fechamento.

Entenda o contexto da fusão

A proposta de incorporação prevê que a Marfrig assuma integralmente o controle da BRF por meio de uma troca de ações.

A transação tem o objetivo de consolidar operações e gerar sinergias operacionais e financeiras entre as duas empresas.

No entanto, parte dos acionistas — como a Previ — teme que a operação possa prejudicar os minoritários da BRF, especialmente em relação à governança e à avaliação justa dos ativos.

📈 Com a redução da posição acionária e o ingresso na Justiça, a Previ sinaliza que pretende exercer influência ativa no desfecho dessa fusão.