Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A Petrobras (PETR4) seguiu uma orientação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao decidir não pagar dividendos extraordinários. Foi o que indicou o presidente da companhia, Jean Paul Prates.
Depois de quase uma semana de crise por causa no não pagamento de dividendos extraordinários, Prates foi às redes sociais na noite de quarta-feira (13) para se posicionar sobre o assunto. Em publicação no X (ex-Twitter), negou intervenção do governo federal na companhia, mas admitiu que o Executivo influenciou a decisão sobre os dividendos.
🗣️ "É legítimo que o CA (Conselho de Administração) se posicione orientado pelo Presidente da República e pelos seus auxiliares diretos que são os ministros. Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários", escreveu.
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Prates disse ainda que o mercado precisa entender, "de uma vez por todas", que a "Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado Brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração".
Ele disse, contudo, que "isso não pode ser apontado como intervenção", porque representa "o exercício soberano dos representantes do controle da empresa". Para ele, "falar em 'intervenção na Petrobras' é querer criar dissidências, especulação e desinformação".
"Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida", declarou.
💰 Prates ainda alfinetou o mercado, que reagiu mal à decisão da companhia de não liberar dividendos extraordinários. As ações da Petrobras caíram mais de 10% na sexta-feira (15), dia seguinte ao anúncio sobre os dividendos. Com isso, a companhia perder R$ 55,3 bilhões em valor de mercado em apenas um dia.
"O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva", escreveu o presidente da Petrobras.
Ele vem dizendo que os R$ 43,9 bilhões de lucro excedente que poderiam ter sido pagos como dividendos extraordinários mas foram retidos pela companhia serão destinados a uma reserva voltada ao pagamento de proventos. Logo, serão distribuídos aos acionistas em algum momento. A Petrobras, por sinal, negou estudos sobre a criação de uma nova reserva de dividendos extraordinários com foco em investimentos.
Diante disso, Prates disse que era hora de "voltar à razão" para praticar o plano de investimentos da estatal.
"Vamos voltar à razão e trabalhar para executar, eficaz e eficientemente, o Plano de Investimentos de meio trilhão de reais que temos pelos próximos cinco anos à frente, gerar empregos, renda, pesquisa, impostos e também lucro e dividendos compatíveis com os nossos resultados e ambições", afirmou.
Veja o post completo do presidente da Petrobras:
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.