Petrobras (PETR4) quer mais “poder” na Braskem e pressiona por acordo de acionistas

A movimentação ocorre em meio à proposta apresentada pela Unipar Carbocloro, empresa ligada ao empresário Nelson Tanure.

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Publicado em 26/05/2025 às 18:42h - Atualizado 22 horas atrás Publicado em 26/05/2025 às 18:42h Atualizado 22 horas atrás por Matheus Silva
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, sinalizou que vê a proposta com bons olhos (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Petrobras (PETR4) quer mais representatividade na gestão da Braskem (BRKM5) e já articula uma revisão do acordo de acionistas com a Novonor — ou com qualquer futuro controlador da petroquímica.

Segundo três fontes próximas à estatal ouvidas pela Reuters, o objetivo é fortalecer sua influência na operação da empresa, da qual já detém 47% do capital votante.

Mesmo com essa participação robusta, a Petrobras tem direito hoje a apenas uma diretoria e quatro assentos no conselho de administração, que conta com 11 membros. Para a petroleira, esse arranjo é desproporcional à sua relevância como acionista.

“A Petrobras entende como normal renegociar um acordo de acionistas. Quem mais entende de gestão e operação petroquímica é a Petrobras”, afirmou uma das fontes.

Interesse redobrado em meio à oferta de Tanure

A movimentação ocorre em meio à proposta apresentada pela Unipar Carbocloro (UNIP6), empresa ligada ao empresário Nelson Tanure, para adquirir a fatia da Novonor, antiga Odebrecht, que hoje controla 50,1% do capital votante da Braskem.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, sinalizou que vê a proposta com bons olhos. “A proposta do Tanure vai na direção de resolver a situação societária da Braskem, que precisa ser destravada”, declarou, durante evento no BNDES.

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Petrobras quer voz ativa — mas sem aumentar participação

Apesar do histórico de tentativas frustradas de aumentar sua participação na Braskem, especialmente na gestão de Jean Paul Prates, a atual presidência não pretende comprar fatias adicionais da petroquímica.

O foco, segundo as fontes, está em melhorar a governança e ter mais poder operacional.

A estatal quer se posicionar como um agente ativo na reestruturação da companhia, que é vista como estratégica para a transição energética e para o reposicionamento da indústria petroquímica nacional.

“A Braskem é a sexta maior petroquímica do mundo. Não podemos largar de mão de jeito nenhum”, reforçou Chambriard.

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Situação societária fragilizada e pressão dos bancos

A Novonor tenta vender sua participação na Braskem há anos, sem sucesso. Já houve negociações com Adnoc (Emirados Árabes), LyondellBasell, Unipar e J&F, mas nenhuma prosperou. A pressão para a venda cresceu após a empreiteira usar as ações como garantia de dívidas que somam R$ 15 bilhões.

Hoje, o valor de mercado dessas ações é inferior a um terço do montante devedor, o que agrava a urgência da venda, inclusive do ponto de vista dos bancos credores como o BNDES.

Segundo interlocutores próximos da estatal, a presença maior da Petrobras no conselho e na diretoria da Braskem poderia acelerar melhorias operacionais, contribuindo para o desempenho financeiro da companhia.

“Apenas com um novo acordo de acionistas a Petrobras terá a força necessária para interferir diretamente na performance da empresa”, disse uma das fontes.

📊 No momento, a empresa aguarda os próximos desdobramentos da oferta de Tanure, mas já se articula para garantir maior influência, independentemente do novo controlador.