Petrobras (PETR4) pode retomar venda suspensa do Polo Bahia no governo Lula

A decisão, segundo a CEO da estatal, ainda está em análise e será tomada com base em critérios de retorno financeiro.

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Publicado em 05/07/2025 às 17:42h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 05/07/2025 às 17:42h Atualizado 10 horas atrás por Matheus Silva
O Polo Bahia, localizado em território terrestre, reúne aproximadamente 28 concessões (Imagem: Shutterstock)

A Petrobras (PETR4) está reavaliando o futuro do Polo Bahia e voltou a considerar a possibilidade de venda do ativo, segundo afirmou a presidente da companhia, Magda Chambriard, neste sábado (6), durante o Fórum Estratégico para a Indústria Naval Brasil-China, realizado no Rio de Janeiro.

A decisão, segundo a executiva, ainda está em análise e será tomada com base em critérios de retorno financeiro e interesse estratégico da estatal.

O Polo Bahia, localizado em território terrestre, reúne aproximadamente 28 concessões e chegou a ser colocado à venda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, dentro do amplo programa de desinvestimentos da petroleira.

No entanto, o processo foi suspenso após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que interrompeu a política de venda de ativos da empresa.

A retomada da discussão sinaliza uma possível mudança de direção. “Isso está na nossa mesa e a gente não decidiu ainda o que vai fazer, se fica com a gente, se terceiriza a operação ou repassa o ativo”, declarou Chambriard.

Ela reforçou que a escolha será orientada pelo que for “mais lucrativo para nós e para os nossos acionistas”.

Desempenho abaixo do esperado pesa na decisão

A avaliação de Magda Chambriard é de que o Polo Bahia apresenta baixo nível de produção, o que dificulta a continuidade da operação em comparação com ativos de maior rentabilidade, como os campos do pré-sal.

“Às vezes, envolve um esforço muito grande para produzir menos do que produz um único poço no pré-sal”, afirmou.

Segundo a executiva, o retorno do investimento nesses campos depende fortemente do preço do petróleo no mercado internacional.

“Quando se tem um barril a US$100, US$90… isso faz mais sentido do que quando está a US$65”, disse ela, fazendo referência aos desafios econômicos de manter campos menos produtivos.

Polo Urucu não está no radar de desinvestimento

Questionada sobre a possibilidade de aplicar a mesma análise ao Polo Urucu, no Amazonas, Magda descartou essa hipótese por ora.

Segundo ela, “esse é o melhor óleo, mais valorizado”. A executiva, no entanto, não deu detalhes sobre planos específicos para a região amazônica.

Parcerias Brasil-China no setor naval

Durante o evento, estaleiros brasileiros e chineses firmaram memorandos de entendimento para parcerias tecnológicas e comerciais, com foco no atendimento à crescente demanda da Petrobras por embarcações.

A cooperação internacional busca fortalecer a cadeia produtiva da indústria naval nacional e aprimorar a competitividade do setor frente aos desafios logísticos da exploração offshore.