Petrobras (PETR4): Lucro líquido cai 37,9% no 1º tri, para R$ 23,7 bi

Resultado foi afetado por menor volume de vendas, redução nos preços do petróleo e alta do dólar.

Author
Publicado em 13/05/2024 às 22:03h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 13/05/2024 às 22:03h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Petrobras aprovou dividendos mesmo depois de o lucro cair no 1º trimestre (Shutterstock)

A Petrobras (PETR4) teve um lucro líquido de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024. O resultado caiu 37,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando a companhia lucrou R$ 38,1 bilhões.

O lucro da Petrobras também diminuiu na comparação com o quarto trimestre de 2023. Neste caso, o baque foi de 23,7%.

De acordo com a companhia, a queda na lucratividade reflete menores volumes de vendas, redução do preço do petróleo e da margem de diesel, além da piora do resultado financeiro devido à desvalorização do real frente ao dólar.

"Esses efeitos foram parcialmente compensados pela redução das despesas operacionais e imposto de renda apurado", disse.

Menos receitas

No primeiro trimestre, a receita líquida da Petrobras somou R$ 117,7 bilhões. A cifra caiu 15,4% na comparação anual e 12,3% em relação ao quarto trimestre de 2023, impactada pelas vendas de diesel no mercado interno e também pelas exportações.

"A redução da receita com derivados no mercado interno deveu-se principalmente a menores preços, à sazonalidade do consumo, ao aumento do teor de biodiesel na mistura do diesel e à perda de competitividade da gasolina para o etanol hidratado", afirmou a Petrobras.

Leia também: Petrobras (PETR4) pagará R$ 13,45 bilhões em dividendos e JCP

No campo das exportações, a receita caiu devido a um menor volume exportado de gasolina e preços menores de petróleo.

"Essa redução é atribuída principalmente à desvalorização das cotações internacionais no momento da realização das exportações, à realização de operações de troca de qualidade da gasolina no 4T23 e às paradas de manutenção ocorridas no trimestre", explicou a companhia.

Com isso, a Petrobras obteve um Ebitda ajustado de R$ 60,0 bilhões, 17,2% menor que o do mesmo período de 2023 e 10,2% inferior ao do quarto trimestre de 2023.

Além disso, a companhia teve um resultado financeiro negativo em R$ 9,6 bilhões, devido a perdas com a alta do dólar e à ausência de receita com atualização monetária referente ao acordo judicial realizado com a Eletrobras (ELET3) no fim de 2023.

Investimentos

💰 Já os investimentos da Petrobras somaram US$ 3 bilhões, isto é, cerca de R$ 15 bilhões. A cifra é 22,6% superior à do mesmo período de 2023, mas caiu 14,5% em relação ao quarto trimestre de 2023.

Os investimentos se concentraram no segmento de exploração e produção de petróleo, sobretudo no pré-sal. Veja como os recursos foram usados:

  • Exploração e produção: US$ 2,47 bilhões;
  • Refino, transporte e comercialização: US$ 362 milhões;
  • Gás e energias de baixo carbono: US$ 108 milhões;
  • Outros: US$ 101 milhões.

Em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a companhia segue empenhada em "executar e financiar os investimentos previstos, com disciplina de capital e geração de valor para os acionistas e para a sociedade".

"Os dados financeiros e operacionais da Petrobras no 1º trimestre de 2024 são consistentes com a rota da companhia em cumprir seu Plano Estratégico (2024-28) de forma eficiente e sustentável. No trimestre, mantivemos uma geração de caixa consistente, que nos dá segurança em relação aos investimentos futuros, incluindo os que tem como foco o crescimento da produção da companhia", afirmou Prates.

Dividendos

A Petrobras também anunciou nesta segunda-feira (13) o pagamento de R$ 13,45 bilhões em dividendos e JCP (Juros sobre o Capital Próprio). É o equivalente a R$ 1,04161205 por ação.

Os proventos serão pagos de forma parcelada, nos meses de agosto e setembro, para os acionistas registrados no próximo dia 11 de junho. Veja aqui os detalhes.

De acordo com a Petrobras, a distribuição de dividendos "está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões), a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre". "Esta aprovação é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia", enfatizou.

A dívida bruta da Petrobras alcançou US$ 61,8 bilhões no primeiro trimestre. A cifra cresceu 15,9% em um ano, mas caiu 1,2% em relação ao final de 2023. Já o fluxo de caixa livre totalizou R$ 32,4 bilhões.