Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
O debate sobre a distribuição de dividendos extraordinários pela Petrobras (PETR4) está "bem encaminhado". Foi o que disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (8).
💰 "Quem tem que decidir é a Petrobras, mas está bem encaminhado isso", disse Haddad, que deve discutir a situação da estatal em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda nesta segunda-feira (8).
Haddad disse que tem conversado com diretores e conselheiros da Petrobras para levar informações sobre o caixa da empresa para Lula.
O objetivo é "que o presidente possa ter tranquilidade de que o plano de investimentos da Petrobras não vai ser prejudicado por falta de financeiro".
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"Isso vai dar segurança para que a diretoria possa tomar com tranquilidade uma decisão. Penso que está bem encaminhado isso", reforçou Haddad.
⛽ Segundo ele, os números que o governo tem recebido da Petrobras são "consistentes" e indicam que a "empresa está robusta, com um bom caixa e um plano de investimento".
O ministro ainda defendeu o plano de investimentos da estatal, dizendo que o programa "é para o bem do Brasil e da própria empresa", porque contempla "investimentos rentáveis".
Haddad indicou também que o Conselho de Administração da Petrobras deve voltar a discutir o assunto ainda neste mês de abril. A empresa disse na última quinta-feira (4), contudo, que a decisão final do assunto é da assembleia de acionistas convocada para o dia 25 de abril.
Em conversa com jornalistas, Haddad também foi questionado sobre a possibilidade de troca do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Haddad disse, contudo, que não discute esse assunto com o presidente Lula.
"Não é da minha ossada. Eu não discuto isso com o presidente, o que eu discuto são cenários econômicos da empresa e do Executivo", declarou.
A Petrobras reteve R$ 43,9 bilhões do lucro de 2023, por orientação dos conselheiros indicados pelo governo federal. Prates, no entanto, apoiava a distribuição de metade desse valor para os acionistas. Por isso, vem recebendo críticas de integrantes do governo como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Diante desse impasse, Prates teria pedido uma "conversa definitiva" a Lula sobre a sua situação na empresa. O governo já estaria, inclusive, avaliando indicar o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para o comando da estatal. Lula tem discutido a situação da estatal com ministros como Haddad.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.