O que são commodities: guia completo para investir

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Publicado em 08/08/2025 às 18:47h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 08/08/2025 às 18:47h Atualizado 8 horas atrás por Carlos Filadelpho
O que são commodities - Imagem: (Shutterstock)

As commodities são peças fundamentais da economia mundial e estão presentes no dia a dia de todos, mesmo que de forma indireta. São matérias-primas essenciais para a produção de produtos e serviços, além de representarem um importante ativo no mercado financeiro.

Por isso, investir em commodities pode ser uma estratégia inteligente para diversificar e proteger a carteira de investimentos, especialmente em tempos de volatilidade econômica.

Neste guia completo do Investidor10, você vai aprender o que são commodities, sua importância, principais tipos, formas de investimento e muito mais.

O que são commodities?

As commodities são mercadorias homogêneas, de origem primária, que servem como base para a produção de outros bens e serviços.

Sua principal característica é a fungibilidade, ou seja, produtos de diferentes produtores são considerados equivalentes, sem diferenças significativas entre eles.

Um exemplo prático: um barril de petróleo produzido no Brasil tem praticamente as mesmas características que um barril extraído na Arábia Saudita, tornando-os intercambiáveis no mercado.

Esses ativos são negociados em grandes quantidades nas bolsas de mercadorias e seus preços são determinados pela oferta e demanda global. Quando há aumento da demanda e a oferta se mantém estável, o preço sobe; já quando acontece o oposto, o preço tende a cair.

Além disso, o termo "commodity" deriva do inglês e significa "mercadoria". Seu plural é “commodities” e, no mercado financeiro, representa ativos essenciais para o funcionamento de diversas cadeias produtivas.

As commodities podem ser divididas em três grandes categorias:

  • Agrícolas: soja, milho, café, algodão, carne bovina, entre outros.
  • Metálicas: ouro, prata, cobre, alumínio, minério de ferro.
  • Energéticas: petróleo, gás natural, carvão, etanol.

Qual a importância das commodities?

As commodities possuem um papel crucial na economia global, pois são insumos básicos para inúmeras indústrias. O preço desses produtos impacta diretamente setores como alimentação, construção civil, tecnologia e energia, além de influenciar a inflação e o crescimento econômico de muitos países.

Para países emergentes, como o Brasil, as commodities representam uma das principais fontes de receita por meio das exportações. A valorização de produtos como soja, minério de ferro e petróleo pode gerar superávits comerciais e fortalecer a economia nacional.

No mercado financeiro, as commodities são vistas como ativos estratégicos, pois oferecem proteção contra a inflação. Em períodos de alta nos preços, investir nesses ativos pode servir como hedge, preservando o poder de compra do investidor.

Além disso, por serem negociadas globalmente, as commodities oferecem uma excelente oportunidade de diversificação de carteira, permitindo ao investidor se expor a setores que vão além das ações e da renda fixa tradicional.

Qual a função das commodities?

A principal função das commodities é servir como matéria-prima para a produção de bens e serviços. Elas alimentam cadeias industriais, agrícolas, tecnológicas e energéticas, sendo fundamentais para o funcionamento da economia mundial.

Outro papel importante é o seu uso como ativo financeiro. No mercado, as commodities são negociadas em contratos futuros, opções, ETFs e fundos de investimento, permitindo que investidores se beneficiem de oscilações de preço e protejam suas carteiras contra riscos.

Para países exportadores, as commodities também desempenham um papel estratégico na balança comercial e no crescimento econômico.

No caso do Brasil, produtos como soja, café e minério de ferro são responsáveis por grande parte das exportações, gerando divisas e fortalecendo o PIB.

Em resumo, as commodities têm funções essenciais:

  • Fornecer insumos para a produção de bens e serviços.
  • Servir como reserva de valor em tempos de crise.
  • Atuar como instrumento de investimento e proteção contra oscilações econômicas.

Principais tipos de commodities

Principais tipos de commodities - Imagem: (Shutterstock)

Existem diversos tipos de commodities, divididas principalmente em agrícolas, metálicas e energéticas. Cada uma possui características próprias, usos específicos e relevância econômica distinta.

A seguir, apresentamos as principais commodities negociadas mundialmente, explicando brevemente suas particularidades e importância no mercado.

Alumínio

O alumínio é um metal leve, resistente e amplamente utilizado em setores como construção civil, embalagens, transporte e indústria automotiva.

Sua cotação é fortemente influenciada pela demanda da indústria e pelo custo da energia elétrica, essencial no processo de produção. Por ser reciclável, também tem papel relevante nas discussões de sustentabilidade.

Ouro

O ouro é considerado uma reserva de valor há séculos. Além do uso em joias, é amplamente utilizado como ativo de proteção em períodos de instabilidade econômica.

Seu preço costuma subir em momentos de crise, quando investidores buscam ativos mais seguros. É também empregado na indústria eletrônica e odontológica, agregando ainda mais valor ao metal.

Cobre

O cobre é um dos metais mais utilizados na indústria devido à sua excelente condutividade elétrica e térmica. É essencial na fabricação de fios, cabos, componentes eletrônicos e na construção civil.

Com a transição energética e o crescimento da indústria de veículos elétricos, a demanda por cobre tem aumentado significativamente.

Seu preço é sensível a fatores econômicos globais e à demanda do setor tecnológico, sendo um termômetro importante para o crescimento industrial.

Prata

A prata é um metal precioso utilizado tanto na confecção de joias quanto em aplicações industriais, especialmente na produção de painéis solares, eletrônicos e equipamentos médicos.

Seu preço é influenciado por movimentos econômicos, sendo considerado um ativo de proteção semelhante ao ouro.

Contudo, sua volatilidade tende a ser maior, o que pode gerar oportunidades interessantes para investidores atentos às tendências de mercado.

Minério de Ferro

O minério de ferro é a base da produção de aço, sendo essencial para os setores de construção civil, infraestrutura e indústria automotiva.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais, com destaque para a Vale. Seu preço é diretamente impactado pela demanda da China, maior consumidora global.

Petróleo WTI

O West Texas Intermediate (WTI) é um tipo de petróleo leve, extraído principalmente nos Estados Unidos. É amplamente usado como referência de preço para o mercado de petróleo norte-americano e global.

Seu valor é determinado por fatores como estoques, produção da OPEP, conflitos geopolíticos e demanda mundial.

Investidores acompanham de perto as cotações do WTI, pois elas afetam diretamente o preço de combustíveis e outros derivados.

Petróleo Brent

O Brent é o petróleo extraído no Mar do Norte e serve como referência internacional para precificação. Diferente do WTI, é considerado um petróleo de maior qualidade, sendo amplamente utilizado na produção de combustíveis.

Sua cotação é impactada por fatores semelhantes ao WTI, incluindo tensões geopolíticas, cortes de produção e flutuações cambiais. O Brent é negociado nas principais bolsas de commodities e é um indicador-chave para o mercado global de energia.

Milho

O milho é uma commodity agrícola de grande relevância, utilizada tanto na alimentação humana quanto na produção de ração animal e biocombustíveis.

O Brasil é um dos principais exportadores, e sua cotação sofre influência de fatores climáticos, safra e demanda internacional.

Café

O café, além de ser uma das bebidas mais consumidas no mundo, é uma commodity agrícola estratégica para o Brasil, que lidera a produção e exportação global.

Os preços variam conforme a qualidade do grão, condições climáticas e demanda internacional, especialmente de países importadores.

Soja

A soja é uma das commodities agrícolas mais importantes do mundo, usada para produção de óleo, farelo, proteína vegetal e biodiesel. O Brasil se destaca como um dos maiores produtores e exportadores, tendo a China como principal compradora.

O preço da soja é impactado por fatores climáticos, estoques globais e demanda internacional, sendo um ativo estratégico no mercado agrícola e financeiro.

Gado

O gado, negociado principalmente na forma de contratos de boi gordo, é uma commodity agrícola fundamental para o setor de carnes.

O Brasil é líder nas exportações de carne bovina, e a cotação desse ativo é influenciada pela demanda internacional, custos de produção e condições sanitárias.

No mercado futuro, o boi gordo é utilizado tanto para proteção de preços por produtores quanto para especulação de investidores.

Quais são as principais commodities brasileiras?

Quais são as principais commodities brasileiras? - Imagem: (Shutterstock)

O Brasil é um dos maiores players mundiais no mercado de commodities, especialmente no setor agrícola e mineral. Produtos como soja, milho, café e carne bovina estão entre os mais exportados, colocando o país em posição de destaque no comércio global.

Além disso, o Brasil é grande produtor de minério de ferro, petróleo e celulose, que compõem uma parte significativa da pauta de exportações.

Essa dependência das commodities torna a economia brasileira sensível às oscilações dos preços internacionais, que podem impactar diretamente o PIB e o câmbio.

As principais commodities brasileiras incluem:

  • Agrícolas: Soja, milho, café, açúcar, algodão e carnes.
  • Minerais: Minério de ferro, ouro, bauxita.
  • Energéticas: Petróleo e etanol.

Esses produtos não apenas geram divisas, mas também atraem investimentos estrangeiros e fortalecem setores estratégicos do país.

Como investir em commodities?

Investir em commodities pode ser feito de diversas formas, seja comprando diretamente o ativo físico ou por meio de instrumentos financeiros negociados na bolsa. Para investidores pessoa física, as opções mais comuns são:

1.Ações de empresas ligadas a commodities: Comprar ações de empresas produtoras, como Petrobras (petróleo), Vale (minério de ferro) e SLC Agrícola (soja), é uma forma indireta de se expor ao mercado de commodities.

O desempenho dessas ações está fortemente relacionado ao preço da commodity que produzem.

2.ETFs (Fundos de Índice): Os ETFs de commodities replicam o desempenho de um índice relacionado ao ativo.

Por exemplo, o GOLD11 acompanha a cotação do ouro, permitindo ao investidor participar desse mercado sem precisar comprar o metal físico.

3.Fundos de Investimento: Existem fundos especializados em commodities, geridos por profissionais que fazem a seleção dos ativos e estratégias de investimento, oferecendo diversificação e gestão ativa.

4.Contratos Futuros: Negociados na B3 e em bolsas internacionais, os contratos futuros permitem especular ou se proteger contra variações de preços.

Essa modalidade exige maior conhecimento, pois envolve riscos elevados e possibilidade de alavancagem.

5.Compra direta do ativo: Por fim, também é possível comprar o ativo físico. No entanto, essa modalidade exige cuidados com armazenamento e segurança.

Diante disso, antes de investir, é essencial analisar o cenário econômico, entender os fatores que influenciam o preço da commodity e considerar o seu perfil de investidor.

Principais mercados de commodities

O comércio de commodities é global e ocorre em bolsas especializadas que determinam preços de referência para o mundo inteiro.

  • CBOT (Chicago Board of Trade) – Principal mercado para commodities agrícolas como soja, milho e trigo.
  • NYMEX (New York Mercantile Exchange) – Especializada em commodities energéticas, como petróleo e gás natural.
  • LME (London Metal Exchange) – Referência mundial para negociação de metais não ferrosos, como cobre, alumínio e zinco.
  • CME Group – Maior grupo de derivativos do mundo, integrando CBOT, NYMEX e COMEX.
  • B3 (Brasil Bolsa Balcão)Bolsa brasileira onde são negociados contratos futuros de boi gordo, café, milho, soja, etanol e ouro.

Essas bolsas funcionam como centros globais para definição de preços, garantindo liquidez e segurança nas transações.

Por que investir em commodities?

Por que investir em commodities? - Imagem: (Shutterstock)

Investir em commodities pode ser uma estratégia muito eficiente por diversos motivos. Primeiramente, esses ativos são ótimos instrumentos de proteção contra a inflação, já que seus preços tendem a subir em períodos de aumento generalizado dos custos.

Outro ponto é a diversificação: ao incluir commodities na carteira, o investidor reduz a correlação com outros ativos, como ações e títulos públicos, equilibrando os riscos.

Além disso, commodities estão diretamente ligadas ao ciclo econômico. Quando há crescimento global, a demanda aumenta, elevando os preços. Investidores atentos a esses movimentos podem se beneficiar de boas oportunidades de valorização.

Por fim, o investimento em commodities também permite exposição a setores estratégicos, como energia, alimentos e metais, ampliando as possibilidades de retorno.

Vantagens e desvantagens de investir em commodities

Investir em commodities pode ser altamente atrativo, mas também envolve riscos que precisam ser considerados.

Entender os prós e contras é essencial para tomar decisões conscientes e evitar surpresas negativas.

Vantagens de investir em commodities

  1. Proteção contra a inflação – Em períodos de alta inflacionária, o preço das commodities geralmente sobe, ajudando a proteger o poder de compra do investidor.
  2. Diversificação de carteira – As commodities apresentam baixa correlação com outros ativos, tornando-se um excelente instrumento de diversificação.
  3. Mercado global – Por serem negociadas em escala mundial, essas mercadorias oferecem oportunidades em diferentes países e setores, ampliando as possibilidades de retorno.
  4. Alta liquidez – Os contratos futuros e ETFs de commodities são negociados diariamente, proporcionando facilidade para entrar ou sair das posições.
  5. Potencial de valorização – Mudanças na oferta e demanda, crises geopolíticas e variações cambiais podem gerar ciclos de alta que beneficiam os investidores.

Desvantagens de investir em commodities

  1. Alta volatilidade – Os preços das commodities são extremamente sensíveis a fatores externos, como clima, crises políticas e oscilações cambiais.
  2. Não geram renda passiva – Diferentemente de ações que pagam dividendos ou FIIs que distribuem aluguéis, commodities só geram lucro na venda.
  3. Riscos climáticos e geopolíticos – Condições climáticas adversas ou conflitos internacionais podem alterar bruscamente os preços, dificultando previsões.
  4. Alavancagem arriscada – Muitos investidores utilizam contratos futuros com alavancagem, o que pode multiplicar ganhos, mas também aumentar perdas.
  5. Exige conhecimento – Investir diretamente em commodities, especialmente via contratos futuros, demanda experiência para evitar prejuízos significativos.

Vale a pena investir em commodities?

A resposta depende do perfil e dos objetivos de cada investidor. Para quem busca diversificação, proteção contra a inflação e exposição a setores estratégicos, as commodities podem ser uma excelente alternativa.

Contudo, é importante lembrar que o mercado de commodities é volátil e pode sofrer grandes oscilações em curtos períodos. Por isso, esse tipo de investimento deve ser feito com cautela, preferencialmente com apoio de análises e estratégias bem definidas.

Para investidores iniciantes, a melhor forma de começar pode ser através de ETFs ou fundos de investimento, que oferecem diversificação e gestão profissional. Já os investidores mais experientes podem explorar contratos futuros ou ações de empresas ligadas a commodities, aproveitando movimentos de mercado.

Portanto, sim, investir em commodities pode valer a pena, desde que seja feito de forma planejada, com gestão de risco e alinhamento ao seu perfil de investidor.

Conclusão

As commodities são ativos essenciais para a economia e podem desempenhar um papel estratégico nos investimentos. Elas oferecem oportunidades de proteção, diversificação e ganhos, mas exigem atenção aos riscos inerentes à volatilidade do mercado.

Para quem deseja investir, é fundamental compreender o funcionamento desse mercado, acompanhar as tendências globais e escolher os instrumentos adequados ao seu perfil.

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