Intel (ITLC34) em queda: ações recuam após críticas de Trump ao CEO
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A Intel (ITLC34) fechou mais uma parceria de peso para tentar recuperar o tempo perdido e entrar na corrida da IA (Inteligência Artificial).
🤝 Depois de receber aportes bilionários do SoftBank e do governo dos Estados Unidos, a fabricante de chips americana fechou um acordo com a Nvidia (NVDC34).
Empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia vai investir US$ 5 bilhões em ações da Intel, o que lhe dará uma fatia de aproximadamente 4% da antiga rival.
O aporte faz parte de uma parceria para o desenvolvimento de chips avançados de IA para data centers e PCs, a partir da união do melhor da tecnologia de cada empresa.
"Esta colaboração histórica une firmemente a IA e a pilha de computação acelerada da Nvidia com as CPUs da Intel e o vasto ecossistema x86 — uma fusão de duas plataformas de classe mundial", disse o fundador e CEO da Nvidia, Jensen Huang.
💻 CEO da Intel, Lip-Bu Tan explicou que a arquitetura x86 da Intel tem sido fundamental para a computação moderna. Logo, deve complementar a liderança da Nvidia em IA e computação acelerada "para possibilitar novos avanços para o setor".
"Juntos, expandiremos nossos ecossistemas e lançaremos as bases para a próxima era da computação", acrescentou Huang, ao anunciar o acordo, por nota, nesta quinta-feira (18).
Com a parceria, as ações da Intel sobem mais de 20% na bolsa. Às 14h43 dos Estados Unidos, por exemplo, o papel avançava 22,39%. Já a Nvidia tinha um ganho mais tímido, de 3,70%.
A AMD (AMD), por sua vez, recuava, diante do receio de investidores de que a companhia perca mercado diante da união entre Nvidia e Intel.
Com o negócio, a Nvidia passa a ser um dos principais acionistas da Intel, seguindo os passos do governo dos Estados Unidos e do SoftBank.
💰 O governo de Donald Trump adquiriu uma participação de aproximadamente 10% da Intel no final de agosto. A transação se deu por meio da conversão de US$ 8,9 bilhões de subsídios em ações.
Antes disso, o SoftBank já havia feito um investimento de US$ 2 bilhões em ações da Intel, o que lhe rendeu uma fatia de aproximadamente 2% da empresa.
Os aportes ocorrem em um momento delicado para a Intel, como uma tentativa de reerguer a empresa e, no caso do governo Trump, garantir a fabricação de chips americanos.
Embora seja referência no mercado de computação e chips, a Intel registrou um prejuízo líquido de US$ 2,9 bilhões no segundo trimestre. Por isso, prevê a demissão de mais de 20 mil funcionários neste ano.
Segundo analistas, as dificuldades ocorrem porque a companhia teria entrado tarde no mercado de IA, tendo até descartado um investimento na OpenAI, criadora do ChatGPT, alguns anos atrás.
Para os Estados Unidos, no entanto, não interessa que uma empresa do porte da Intel quebre, sobretudo no momento em que o país tenta reduzir a concorrência com a China no mercado de chips. Por isso, a decisão do governo de tornar-se sócio da Intel.
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