Ecorodovias (ECOR3) vira ‘queridinha’ do BofA com potencial de alta de 33%
O banco elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 4,80 para R$ 9, projetando um potencial de valorização de 33,3% sobre a cotação anterior.
Quem mora nos grandes centros urbanos e decide viajar de carro, inevitavelmente vai se deparar com um pedágio, dinheiro que vai aos cofres da concessionária que administra a rodovia, como, por exemplo, a Ecorodovias (ECOR3). Mas, como investidor de renda fixa, será que vale a pena sair emprestando dinheiro nesse ramo e qual pode ser a rentabilidade esperada?
Bom, os analistas do BTG Pactual recentemente incluíram as debêntures incentivadas da Artemis, sob o código de negociação ARTRB7, entre o rol de títulos de renda fixa isentos da cobrança de imposto de renda que estão valendo a pena em 2025, considerando tanto a saúde financeira da empresa quanto o patamar de juros compostos que a mesma oferece.
"A Artemis está entre os maiores operadores rodoviários do país, com estradas maduras, longo histórico operacional e acionistas de grande porte financeiro. Fora que o prazo médio de suas concessões é de 11 anos, ostentando tarifas de pedágio ajustadas pelo IPCA, que garantem geração de caixa previsível", destacam os analistas Frederico Khouri e Luís Gonçalves, em relatório publicado em julho.
Nas condições de emissão, os títulos de dívida da Artemis ofereciam taxas prefixadas de 13,95% ao ano, garantidas até o seu vencimento no dia 15 de maio de 2035. Nos meses de maio e novembro, a concessionária deposita juros semestrais na conta de seus debenturistas.
Conforme o calendário de pagamentos, somente em maio de 2033, os investidores de renda fixa receberão a primeira parcela de amortização da Artemis, ou seja, uma devolução parcial do dinheiro emprestado à concessionária, proporcional a 33% do principal. Na sequência, outros 50% de amortização caem na conta em maio de 2034, enquanto o restante para a devolução de 100% só será creditado no vencimento.
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O investimento em debêntures não é para todo mundo, já que não há liquidez diária e poucas chances de resgatar o dinheiro antes do vencimento e ainda sair com lucro, a depender das taxas cobradas pela corretora de valores, além de não haver a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Todavia, o investidor de renda fixa consciente de todos esses aspectos pode comparar se vale a pena correr o risco de emprestar dinheiro à Artemis para receber taxa prefixada de aproximadamente 14% ao ano até 2035, a depender da oferta e demanda disponível nas corretoras, ou financiar os cofres públicos através do Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035, que pagava 14,08% ao ano nesta segunda-feira (21), rendimento ainda sujeito à cobrança de imposto de renda, com alíquota de 15%.
A nota de crédito (rating) da Artemis é 'AAA', a mais alta disponível, conferida pela agência de classificação de risco S&P. Quando a concessionária fez sua 17ª emissão de debêntures, em maio de 2025, pegou emprestado R$ 500 milhões dos investidores.
Possui cerca de 3,2 mil quilômetros de rodovias sob gestão no Brasil, divididos entre cinco concessões federais (como Litoral Sul, Fluminense, Fernão Dias e Régis Bittencourt) e duas estaduais em São Paulo (Intervias e Via Paulista). A Artemis é controlada por dois acionistas de peso: o grupo espanhol Abertis (fatia de 51%) e a gestora Brookfield (fatia de 49%).
Suas rodovias formam corredores estratégicos nas regiões Sudeste e Sul, conectando grandes centros urbanos como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis, e desempenham papel importante no comércio nacional e internacional, especialmente com parceiros do Mercosul.
O banco elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 4,80 para R$ 9, projetando um potencial de valorização de 33,3% sobre a cotação anterior.
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