Bitcoin tropeça em 2025 e tem pior desempenho trimestral desde 2020
A desvalorização contrasta com o entusiasmo que marcou o fim de 2024, quando o ativo disparou mais de 150% no acumulado do ano.
💰 2025 traz uma narrativa aos principais investimentos bastante diferente: se no ano passado a renda variável brasileira penava ( Ibovespa, fundos imobiliários e small caps), agora é ela que tem entregue as maiores alegrias aos investidores. Por outro lado, ativos internacionais, como as próprias BDRs negociadas diretamente no Brasil, e as criptomoedas consagradas na figura do Bitcoin (BTC) agora andam bem descontadas, após terem se valorizado bastante em 2024.
A palavra disparidade é melhor definição, segundo o Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, para entender o que está acontecendo com as principais categorias de investimentos em 2025. O especialista computou os desempenhos dos principais ativos do mercado financeiro e encontrou até quem venceu as ações brasileiras neste primeiro trimestre do ano.
"O ouro se destacou como o grande vencedor do período, com valorização de +19,49% nos primeiros três meses do ano, impulsionado pelo cenário global de aversão ao risco e busca por proteção", afirmou o consultor de dados financeiro.
🚀 Mesmo assim, não rouba parte dos holofotes que as ações brasileiras e até fundos imobiliários voltaram a ter nesses primeiros três meses do ano, recolocando a renda variável local no radar dos investidores arrojados e com perfil de longo prazo.
Um fato peculiar é que as ações de menor capitalização, geralmente apelidadas de "ações de crescimento" ou a pimentinha nas carteiras dos investidores, voltaram a ter protagonismo positivo após um longo ciclo de baixo. O estudo da Elos Ayta está se referindo ao índice Small Caps, cuja valorização foi de +8,87%, inclusive superando o desempenho do Ibovespa, que avançou +8,29%.
Outra notícia que muitos investidores aguardavam se confirmou ao longo do trimestre, a recuperação do Ifix (índice que traz o desempenho médio dos fundos imobiliários mais negociados), que edificou ganhos de +6,32%, ocupando o quarto lugar do pódio no estudo elaborado por Einar Rivero.
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Embora muito se tenha falado da renda fixa como uma das queridinhas tanto dos tubarões da Faria Lima quanto dos investidores pessoas físicas para 2025, fato é que os principais índices de referência da categoria ficaram no meio do caminho. Ou seja: não entregaram os maiores ganhos de uma vida, mas também estiveram longe de ser os piores da praça.
🔎 Prova disso é que o IMA Geral, um índice formulado pela Anbima que acompanha uma cesta diversificada de títulos públicos (pois é, aqueles mesmos que estão disponíveis no Tesouro Direto), teve lucro de +3,36%. Pode até não parecer muita coisa, mas já está bem acima do santo graal de 1% ao mês que muitos procuram nos investimentos mais conservadores.
O próprio CDI, uma taxa de referência que baliza vários investimentos de renda fixa e acompanha de perto a taxa Selic, premiou +2,94% quem decidiu emprestar dinheiro para bancos ou empresas, esperando receber em troca pelo menos 100% do CDI.
Até mesmo a velha caderneta de poupança entregou lucros de quase 2% ao mês, embora seja possível ter acesso a outros investimentos em renda fixa com o nível de segurança e também cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
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Se por um lado, muitos podem enxergar apenas uma perda de valor em seu patrimônio, os investidores de longo prazo podem interpretar a recente correção sofrida pela maioria das ações americanas e quase todas as criptomoedas no acumulado de 2025 como uma oportunidade para investir com preços de liquidação.
⚠️ Só que também é preciso entender quais são as causas para que os ativos internacionais (normalmente mais rentáveis que os investimentos brasileiros) e o Bitcoin (a maior criptomoeda em valor de mercado do mundo) estejam em uma maré negativa, para assim procurar tomar as melhores decisões de investimentos.
Para Einar Rivero, os investimentos atrelados a ativos internacionais sofrem fortes perdas no momento tanto pelo temor dos investidores globais quanto pela valorização do real brasileiro ante o dólar americano, citando o caso do índice BDRX, que mede o desempenho dos BDRs (recibos negociados diretamente na B3 que representam ações americanas), que tombou mais de −15%.
Por sua vez, o Bitcoin teve o pior desempenho do período, com uma desvalorização de −19,26%, em meio a um cenário de maior regulação e realização de lucros por investidores.
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A desvalorização contrasta com o entusiasmo que marcou o fim de 2024, quando o ativo disparou mais de 150% no acumulado do ano.
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