Investidores despejam R$ 18 bi no Tesouro Selic, aproveitando leilões em 2025
Mesmo com renda fixa do governo diminuindo os prêmios em meados de janeiro, volume ofertado é o maior desde novembro passado
💣 Quem acompanha o mercado financeiro há algum tempo e é fã de investimentos em renda fixa já sabe que os prefixados são a modalidade de recebimento de juros compostos mais arriscada no Brasil, mas que em 2025 abre-se uma janela de oportunidades para se travar taxas de rentabilidade elevadas.
Temos um histórico inflacionário conturbado que favorece a aplicação em indexados ao IPCA+, além de termos uma taxa básica de juros frequentemente acima dos dois dígitos, que premiam títulos atrelados à Selic e ao CDI.
Portanto, antes de pensar em colocar dinheiro em prefixados, é preciso considerar se a inflação nos próximos anos tem boas chances de disparar muito (podendo correr a rentabilidade dos prefixados) ou se a taxa Selic continuará alta por muito tempo (o que deixa menos óbvia a escolha dos prefixados).
Só que o movimento visto no último leilão de títulos públicos do Tesouro Nacional, no dia 20 de fevereiro, revela que os grandes investidores (bancos e gestoras de fortunas) estão enchendo os bolsos com prefixados de maior prazo de vencimento, aproveitando para travar boas taxas diante de uma significativa melhora na economia brasileira.
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Para o analista Rafael Passos, da Ajax Asset, a razão pela qual o governo brasileiro conseguiu tomar emprestado R$ 19,5 bilhões com prefixados junto aos investidores no último leilão diz respeito à melhora na percepção de risco país (baixa do dólar) e pela queda dos juros longos da renda fixa americana, que os brasileiros podem ter exposição pelo iShares 20+ Year Treasury Bond ETF (BTLT39).
"A quantidade de Tesouro Prefixado ofertada aos investidores institucionais aumentou em sete milhões e totalizou 25 milhões de títulos públicos, enquanto a de Tesouro Prefixado com juros semestrais passou de cinco para sete milhões de títulos públicos e alcançou os maiores volumes desde 2020", destaca o especialista.
Com a melhora na percepção de risco e a queda dos juros internacionais, Passos considera provável que o governo Lula continue a oferecer lotes elevados de prefixados para recompor o seu colchão de liquidez e melhorar o perfil da Dívida Pública Federal.
No próprio Tesouro Direto, também é possível notar esse comportamento de queda dos juros compostos da renda fixa brasileira nesta sexta-feira (21). O Tesouro Prefixado 2032 viu a sua remuneração cair de 14,97% ao ano no último dia 13 de fevereiro para os atuais 14,55% ao ano, com o seu preço unitário saltando de R$ 385,48 para R$ 396,52, respectivamente.
🔎 Acompanhe a seguir os preços e as rentabilidades dos títulos públicos no Tesouro Direto na tarde do dia 21 de fevereiro de 2025:
Mesmo com renda fixa do governo diminuindo os prêmios em meados de janeiro, volume ofertado é o maior desde novembro passado
Maioria dos títulos públicos registra lucro com marcação a mercado devido à queda das taxas de rentabilidade