Ibovespa afunda 1,69%, a maior queda do ano

Inflação acima do esperado nos EUA e falas de Galípolo pressionaram os ativos brasileiros.

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Publicado em 12/02/2025 às 18:20h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 12/02/2025 às 18:20h Atualizado 10 horas atrás por Marina Barbosa
Com o baque, Ibovespa voltou para os 124 mil pontos (Imagem: Shutterstock)

O Ibovespa e dólar fecharam em queda nesta quarta-feira (12), com o mercado de olho na inflação e no seu impacto nos juros do Brasil e dos Estados Unidos.

📉 O principal índice da B3 afundou 1,69%. Foi a maior queda já registrada neste ano.

Com isso, o Ibovespa perdeu mais de dois mil pontos e fechou aos 124.380 pontos, o menor patamar em duas semanas.

💵 Já o dólar seguiu em trajetória de queda, mas caiu bem menos do que nas duas sessões anteriores. O recuo foi de 0,08% e levou a moeda para os R$ 5,76.

O mau humor começou depois da divulgação da inflação de janeiro dos Estados Unidos. O CPI (índice de preços ao consumidor) subiu 0,5% no mês, acima do esperado pelo mercado. Com isso, passou a acumular alta de 3% em 12 meses.

O dado reforçou a mensagem do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, de que não há pressa para ajustar os juros americanos e a aposta de que a taxa não deve cair nos próximos meses.

Segundo a plataforma FedWatch, o mercado passou a ver apenas um corte dos juros americanos neste ano, em outubro. Antes, a expectativa era de dois cortes.

🏦 A inflação também ficou no radar no Brasil. Isso porque o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse que o efeito da política monetária é gradativo e avisou que, por isso, a inflação deve seguir em um patamar desconfortável, fora da meta, pressionando as famílias e empresas brasileiras.

O setor de serviços, por sinal, parece já estar sentindo os efeitos da inflação e dos juros altos. O setor recuou 0,5% em dezembro de 2024, um resultado pior do que o esperado pelo mercado. Ainda assim, Galípolo reforçou a previsão de que a Selic subirá dos atuais 13,25% para 14,25% em março.

Além disso, o mercado seguiu de olho na questão tarifária. O vice-presidente Geraldo Alckmin indicou nesta quarta-feira (12) que o Brasil está disposto a dialogar com os Estados Unidos para tentar reverter a elevação das tarifas americanas sobre o aço e o alumínio.

EUA

Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam mistas, com o mercado reagindo ao resultado acima do esperado da inflação de janeiro. Veja:

  • Dow Jones: -0,50%;
  • S&P 500: -0,27%;
  • Nasdaq: 0,03%.

Baixas

Sem novidade sobre as tarifas americanas, as siderúrgicas e mineradoras sangraram na bolsa nesta quarta-feira (12). A CSN (CSNA3), por exemplo, derreteu 5,52% e a Usiminas (USIM5), -4,05%. Já a Vale (VALE3) recuou 0,67%.

As petroleiras também fecharam no vermelho, acompanhando os preços internacionais do petróleo, que caiu mais de 2% depois que Donald Trump conversou com Vladimir Putin e falou em negociações sobre um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. A Petrobras (PETR4), por exemplo, perdeu 1,49%.

Nem os bancos ajudaram o Ibovespa. Destaque para o Bradesco (BBDC4), que afundou 4,56%, após o Goldman Sachs cortar a recomendação para o papel, de neutra para venda.

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Altas

Poucos papeis escaparam do mau humor que tomou conta do mercado nesta quarta-feira (12). Um deles foi o do Carrefour (CRFB3), que subiu 2,68%, ainda impulsionado pela oferta do seu controlador, que pode tirá-lo da bolsa.

Já a Tim (TIMS3) avançou 2,19% após anunciar um novo programa de recompra de ações.

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