Fundo de pensão do BB troca BRF pelo Tesouro Direto, entenda estratégia
Previ zerou a sua participação na BRF, depois de aproximadamente 30 anos de parceria.
Um negócio que parecia já estar dado como certo, agora ganha um novo capítulo. No processo de fusão da Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3), parte dos acionistas da Sadia pedem para ser ouvidos, estando dispostos a chamar a atenção.
🗣 Nesta terça-feira (3), um dos membros da família fundadora da companhia, a Fontana, entrou com uma reclamação na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) contra o negócio. Ele pede que o órgão investigue os preços definidos na transação e a independência de quem avaliou o processo.
Segundo reportagem do "Pipeline", os Fontana têm cerca de 3% da BRF, mas estão em conversas com outros investidores para pressionar nesta frente, o que pode ampliar a base de reclamantes. “A família é muito grande, já temos um grupo unido e estamos angariando outras pessoas”, disse Adriano Fontana, porta-voz do grupo, ao portal.
Eles destacam que o valor oferecido pelo negócio é inferior ao registrado nas ações da companhia no dia em que o projeto de fusão foi acordado. Para chegar a essa conta, eles incluíram os dividendos que serão pagos, além do preço original de cada ação.
“Isso aponta para um valor de R$ 17,30 por ação da BRF, ou seja, um desconto de 16% em relação ao seu preço de fechamento de 15 de maio, antes do anúncio da fusão, quando a ação valia R$ 20,62”, diz Fontana.
De todo modo, a família que fundou a Sadia não está contra o processo de fusão, até enxergam uma eventual geração de valor na transação. O que pedem é que a divisão seja justa para os dois lados, tanto para os acionistas da BRF quanto para os da Marfrig, conforme destacaram.
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Para comprovar seu ponto, a família diz que o comitê estruturado para a fusão sofre influência estrutural, então não seria tão independente quanto o necessário. “São pessoas que trabalharam ao menos cinco anos com o Molina e não temos as informações sobre as interações desse comitê na discussão e definição de parâmetros”, destacou Adriano ao Pipeline.
Por meio de nota, a Marfrig afirmou que todo o processo de negociação foi conduzido com rigor, de acordo com a legislação e as melhores práticas do mercado. As bases da negociação foram respaldadas por uma avaliação independente (Fairness Opinion) emitida pelo Citibank, banco contratado pelo Comitê Independente da BRF. A companhia reafirma seu compromisso com a governança e a transparência em todas as suas operações”, pontuou a companhia.
O primeiro formato da fusão entre os dois frigoríficos foi apresentado ao mercado no dia 15 de maio, quando as empresas decidiram a criação de uma nova companhia. A MBRF chegaria como uma gigante de proteína animal, com mais de R$ 150 bilhões em receita.
"A fusão entre a Marfrig e a BRF é um movimento necessário para que possamos avançar com capturas de sinergias estratégicas e continuar crescendo nossos negócios em todo o mundo", afirmou o controlador e presidente dos conselhos de administração de Marfrig e BRF, Marcos Molina, em nota.
Previ zerou a sua participação na BRF, depois de aproximadamente 30 anos de parceria.
A companhia comunicou a redução de sua participação acionária na BRF de 5,0063% para 4,9333%.