Depois de bater novos recordes, Ibovespa e dólar terminam semana no zero a zero

Indicador da bolsa de valores chegou a ser negociado acima dos 147 mil pontos pela primeira vez na história.

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Publicado em 26/09/2025 às 18:03h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 26/09/2025 às 18:03h Atualizado 1 dia atrás por Wesley Santana
Ibovespa marcou dois novos recordes ao longo da semana, mas perdeu o ritmo (Imagem: Shutterstock)
Ibovespa marcou dois novos recordes ao longo da semana, mas perdeu o ritmo (Imagem: Shutterstock)

Mesmo com vários acontecimentos ao longo da semana, o Ibovespa (IBOV) termina nesta sexta-feira (26) sem grandes mudanças. No acumulado de cinco dias, o principal indicador da bolsa de valores registrou uma variação negativa de 0,3%, segundo dados da B3.

No fechamento do dia, o IBOV era negociado praticamente estável em relação ao valor da abertura do pregão. Depois de marcar um novo recorde de 147 mil pontos na terça, o índice recuou para 145,3 mil pontos. 

O movimento do dólar dos Estados Unidos frente ao real não foi muito diferente, já que a moeda terminou o dia cotada em R$ 5,33. Houve uma queda de 0,5% ao longo do pregão, mas, no acumulado da semana, o resultado também ficou estável, conforme destacam as informações do Banco Central. 

Os dois resultados acontecem no contexto de uma semana agitada, em que a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) dominou o noticiário doméstico e internacional. Além de um discurso forte feito pelo presidente Lula na abertura dos trabalhos, ainda teve o pronunciamento de Donald Trump, que disse ter marcado um encontro bilateral com o seu par brasileiro para a próxima semana.

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Ações no radar

Duas ações estiveram no foco dos investidores, variando mais de 10% para baixo ou para cima durante o dia.

No campo negativo, os olhos estiveram sobre a Braskem (BRKM5), que anunciou a contratação de assessorias para reestruturação de dívidas. Com isso, as ações da petroquímica recuaram 14,8%, para perto dos R$ 7. 

No sentido contrário, as ações da Azul (AZUL4) tiveram o melhor desempenho da bolsa, depois que a companhia aérea anunciou o fim de sua parceria com a concorrente Gol (GOLL54). O resultado foi um salto de 17% nos papéis, para acima de R$ 1,20, conforme dados da B3. 

Entre as blue chips da bolsa, a Vale (VALE3) recuou quase 2%, encerrando o dia na faixa de R$ 57, enquanto a Petrobras (PETR4) perdeu 0,3%. Já o Bradesco (BBDC4) subiu 0,5%, na tentativa de chegar aos R$ 18.

O que foi notícia?

Ao menos três principais assuntos dominaram o noticiário desta última sexta de setembro. 

A primeira, que surgiu logo no começo do dia, foi o anúncio dos EUA de novas tarifas para alguns produtos a partir de 1º de outubro. Medicamentos, móveis de banheiro e estofados, armários de cozinha e caminhões pesados importados devem receber uma tarifa de importação adicional entre 50% e 100%, segundo informações da Casa Branca. 

No cenário doméstico, a Ambipar acordou com a péssima notícia de que duas das três maiores agências de risco do mundo derrubaram suas notas de crédito para a companhia de gestão ambiental. Fitch e S&P Global colocaram a empresa na faixa mais inferior da tabela, apontando que a companhia pode estar à beira de um pedido de recuperação judicial. 

O fim do acordo entre a Azul e a Gol também dominou boa parte das discussões do dia, pois encerrou uma eventual fusão das duas companhias aéreas nacionais. "As partes não tiveram discussões significativas ou progrediram em uma possível operação de combinação de negócios”, disseram as empresas por meio de nota.

Para a próxima semana, a expectativa está em torno da agenda conjunta dos presidentes do Brasil e dos EUA que devem se reunir por telefone ou videochamada. Nenhuma das duas equipes divulgou quando isso deve ocorrer, mas o encontro pode pôr fim a retaliação comercial que os EUA tem feito ao Brasil.