Debêntures Incentivadas: B3 (B3SA3) lança índice de renda fixa isenta de IR

Operadora da bolsa de valores brasileira acelera expansão de índice de renda fixa em 2025

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Publicado em 10/03/2025 às 17:10h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 10/03/2025 às 17:10h Atualizado 1 dia atrás por Lucas Simões
Debêntures incentivadas são como os investidores emprestam dinheiro para que empresas financiem projetos de infraestrutura, com isenção de imposto de renda (Imagem: Shutterstock)

🤑 A renda fixa ganhou ainda mais presença na bolsa de valores brasileira, a B3 (B3SA3), com o lançamento nesta segunda-feira do novo índice baseado em debêntures incentivadas, que possam fazer parte dos ativos aceitos como depósito em garantia pela Câmara B3.

Surge assim o Índice de Debêntures Ultra Qualidade IPCA B3 (IDEB Ultra IPCA B3) que servirá como um referencial sobre o desempenho médio dos preços das debêntures incentivadas com remuneração indexada ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mais spread de juros.

Para quem acha que os investimentos em renda fixa só se limitam ao Tesouro Direto e um punhado de CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), saiba que as empresas brasileiras já conseguiram pegar emprestado R$ 13,2 bilhões só em janeiro passado, com cada vez mais investidores se tornando debenturistas e recebendo juros compostos das companhias.

Trata-se de um volume financeiro 397,4% superior ao contabilizado no mesmo intervalo do ano passado, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

B3 aposta na renda fixa em 2025

🔎 De olho no potencial do mercado de renda fixa, sobretudo em debêntures incentivadas que são isentas da cobrança de imposto de renda (IR), foi elaborada uma carteira que inclui títulos de crédito privado precificados pela B3 que seguem certos filtros.

Entre os quais, não podem participar do novo índice de renda fixa as debêntures perpétuas, conversíveis e permutáveis, debêntures de emissores que façam parte do mesmo grupo econômico da B3, ou que estejam em recuperação judicial ou extrajudicial na data de rebalanceamento.

Vale lembrar que, em fevereiro, a bolsa de valores brasileira lançou um índice composto por debêntures indexadas ao CDI, mais a soma de um spread de juros.

“Estamos atentos às oportunidades no segmento de renda fixa e também às demandas dos clientes para a ampliação de portfólio. Neste ano, lançamos o primeiro índice de debêntures e queremos viabilizar o desenvolvimento de novos índices de renda fixa que poderão ser utilizados na criação de novos produtos para os investidores”, explica Ricardo Cavalheiro, superintendente de Índices da B3.

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Composição da carteira de debêntures incentivadas

Inicialmente, a carteira será composta por 20 ativos, de 13 emissores. As debêntures selecionadas para compor o índice devem cumprir os seguintes quesitos, na data de rebalanceamento:

  • Preferencialmente, fazer parte do universo de ativos elegíveis como depósito em garantia nas operações, ratificado pelo time de riscos da B3;
  • Ter remuneração composta por IPCA + Spread;
  • Sejam incentivadas e apresentem benefícios fiscais aos investidores;
  • Estejam em consonância ao cumprimento da agenda de eventos financeiros;
  • Apresentem prazo de vencimento superior a um mês na data de rebalanceamento, de tal forma que o vencimento do ativo não aconteça durante o período de vigência da carteira teórica.

📊 Este é um índice de Retorno Total, com carteira teórica de prazo médio superior a 720 dias corridos e com rebalanceamento mensal, para refletir eventuais mudanças ocorridas. Na carteira do Índice de Debêntures Incentivadas Ultra Qualidade IPCA B3 os títulos são ponderados pelo valor de mercado, levando em consideração as quantidades de mercado das debêntures ao longo da vigência do título.