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O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne nesta terça (7) e quarta-feira (8) para definir o rumo da taxa básica de juros da economia brasileira. E o mercado acredita que o comitê deve reduzir o ritmo de corte da Selic.
📉 Na avaliação da maior parte dos analistas, a Selic deve sair dos atuais 10,75% para 10,50% nesta reunião do Copom e não para os 10,25% projetados anteriormente. Afinal, o cenário ficou mais incerto desde o último encontro do comitê, no fim de março.
No cenário doméstico, o governo federal alterou as metas fiscais, empurrando a projeção de superávit para 2026 e levantando dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas. Além disso, a atividade econômica e o mercado de trabalho seguiram surpreendendo positivamente, o que, no entanto, pode pressionar a inflação.
No âmbito externo, consolidou-se a percepção de que os juros ficarão altos por algum tempo nos Estados Unidos, por causa da força da inflação americana e dos riscos geopolíticos crescentes. E isso fortalece o dólar, o que é mais um fator de risco para a inflação brasileira.
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Diante disso, crescem as apostas de que o Copom vai rever o seu guidance, cortar a Selic em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (8) e pausar os cortes antes do previsto. O Boletim Focus desta semana mostra que o mercado projeta uma Selic de 10,5% em maio e de 9,63% no fim de 2024. Há um mês, as projeções eram de 10,25% e 9%, respectivamente.
Além disso, o Focus mostra um aumento nas expectativas de inflação de 2025, que já entrou na mira do Copom. Segundo o Focus, o mercado projeta um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 3,72% em 2024 e de 3,64% em 2025. Há um mês, as expectativas eram de 3,76% e 3,53%, respectivamente. Já a meta de inflação é de 3% para os dois anos, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
💲 O Copom vem cortando a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual desde agosto de 2023. Já foram seis cortes consecutivos desta magnitude, fazendo com que a Selic caísse de 13,75% para os atuais 10,75%.
Contudo, o Copom anteviu só mais um corte de 0,5 ponto percentual na última reunião, em março. E depois disso o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, admitiu que era possível rever esse guidance diante do aumento das incertezas.
"Apesar de a última decisão ter sinalizado para um corte de 0,50p.p., a redução no ritmo deve ocorrer devido às recentes comunicações de membros do Copom de que as maiores incertezas no exterior poderiam levá-los a mudar o plano de voo da política monetária", pontuou o Santander, que projeta um corte de 0,25 ponto percentual da Selic nesta semana.
"A evolução do balanço de riscos desde a última reunião do Copom) foi bastante desfavorável, com aumento das incertezas tanto no cenário externo quanto interno. Em virtude disso, o corte de 25 pontos base tornou-se a opção mais provável", disse o estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias.
Para Mathias, "a elevação da incerteza do cenário global, a deterioração das expectativas de inflação e as alterações das metas de superávit primário tornaram o balanço de riscos assimétrico" e "isso justifica a mudança do ritmo de cortes para 25 p.b., ainda que a decisão não seja unânime".
A XP também ressaltou a possibilidade de dissenso entre os membros do Copom. Em relatório, a XP lembrou que o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, disse recentemente que as decisões de juros não deveriam ser pautadas por "flutuações de curto prazo".
"Acreditamos que ele –e outros membros– poderão optar por seguir o guidance fornecido em março e votar por um corte adicional de 0,50 p.p., principalmente porque o nível atual da Selic ainda é percebido por muitos como consideravelmente acima do neutro", escreveu a XP, que aposta em um corte de 0,25 p.p.
Nem no mercado, por sinal, há consenso sobre o tamanho do próximo corte da Selic. Apesar do aumento das apostas de um corte de 0,25 p.p., ainda há quem ache que o Copom vai seguir o guidance e cortar a Selic em 0,5 p.p., para 10,25%. É o caso do economista da CM Capital, Matheus Pizzani.
O economista da CM Capital argumenta que a inflação brasileira tem apresentado uma trajetória benigna e que o abandono do guidance apresentado na última reunião, de mais um corte de 0,5 p.p., seria "o cenário mais adverso possível na conjuntura atual, uma vez que proporcionaria volatilidade excessivo aos ativos domésticos e, consequentemente, poderia comprometer a transmissão do aperto monetário para a ponta".
Pizanni acredita, por sua vez, que o ritmo de corte da Selic diminuirá para 0,25 p.p. a partir de junho. Diante dessas dúvidas, o que é certo, segundo os analistas, é que o Copom vai adotar um tom mais cauteloso nesta reunião.
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