Banco do Brasil (BBAS3) chama atenção dos gringos com desconto e aposta no agro
Atualmente, o banco negocia com um desconto relevante, o que levanta a discussão sobre se o mercado estaria exagerando nos riscos.
Os acionistas de bancos e empresas de serviços públicos (utilities) devem ser os mais afetados pelo aumento da taxação dos JCP (Juros sobre o Capital Próprio).
💲 Isso porque essas são as empresas que mais recorrem a esse tipo de instrumento para remunerar seus acionistas, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria.
Ao optar por distribuir juros sobre o capital próprio ao invés de dividendos, as empresas podem deduzir da sua base de lucro o valor repassado para os acionistas e, assim, pagar menos imposto.
Por isso, o pagamento de JCP está sujeito à retenção de IR (Imposto de Renda). E essa tributação deve crescer de 15% para 17,5% em 2026.
O aumento da taxação dos JCP faz parte do projeto que busca elevar a arrecadação federal, para ajudar o governo a fechar as contas do próximo ano.
O texto também eleva os impostos pagos por bets e fintechs e corta os benefícios fiscais concedidos pela União a diversos setores. E foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal nesta quarta-feira (17). Por isso, agora só aguarda a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para entrar em vigor.
🔎 O aumento da taxação do JCP deve reduzir o retorno por dividendos (DY - Dividend Yield) oferecido por empresas como Banco do Brasil (BBAS3), Itaúsa (ITSA4) e Copasa (CSMG3).
De acordo com estudo Elos Ayta Consultoria, estas e outras nove empresas distribuíram dividendos de forma recorrente nos últimos cinco anos.
As únicas que não são dos setores financeiros e de utilities são a Romi (ROMI3) e a Marcopolo (POMO3), do setor industrial.
O levantamento considerou apenas as ações que apresentaram um volume financeiro médio diário superior a R$ 1 milhão em 2025. Ou seja, que figuram entre as ações mais negociadas da B3.
Veja as 12 empresas que distribuíram JCP em todos os últimos cinco anos, assim como o valor bruto e o DY bruto por ação acumulado neste período:
O levantamento mostra que o Banco do Brasil pagou R$ 7,90 por ação só em JCP nos últimos cinco anos. Com a atual alíquota de 15% de IR, esse valor representou um ganho líquido de R$ 6,72 para os acionistas da instituição. Contudo, esse valor cairia para R$ 6,52 com o aumento da alíquota de IR para 17,5%.
📊 Em termos de DY (Dividend Yield), o pagamento de JCP rendeu um retorno mediano de 7,84% para os acionistas do BB nesse período. Contudo, esse DY chegou a 6,66% depois do desconto de 15% de IR e seria de 6,47% caso a alíquota de 17,5% de IR já estivesse em vigor.
"Embora, em termos percentuais, o impacto do aumento do IR pareça limitado, a simulação mostra que o efeito financeiro se torna concreto quando aplicado a volumes maiores de capital", comentou o CEO da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero.
Segundo ele, o investidor que tivesse R$ 100 mil aplicados em ações que oferecem um DY mediano de 7% com JCP, como é o caso do Banco do Brasil e da Cemig, receberia R$ 5.950 líquidos com a alíquota atual de 15%. Já com o novo imposto, esse valor cairia para R$ 5.775, uma diferença de R$ 175 em um ano.
"Em carteiras maiores ou ao longo de vários exercícios, esse efeito se acumula e passa a pesar de forma relevante no resultado final da estratégia", disse Einar Rivero.
Ele recomendou, então, que os investidores fiquem atentos à política de distribuição de dividendos das empresas, dizendo que "o imposto reduz o retorno, mas a consistência ainda define quem permanece no topo".
Vale lembrar que os dividendos também voltarão a ser tributados em 2026. A alíquota será de 10%, sempre que os dividendos passarem de R$ 50 mil por mês por pessoa. A taxação foi a forma encontrada pelo governo de compensar a ampliação da faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Atualmente, o banco negocia com um desconto relevante, o que levanta a discussão sobre se o mercado estaria exagerando nos riscos.
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