Cosan (CSAN3) vai investir até R$ 12 bi em 2025, mas juros pesam sobre planos futuros
Segundo Rubens Ometto, companhia pode segurar investimentos se juros não baixarem.
🚨 O Bank of America (BofA) reiterou na última quinta-feira (29) sua visão otimista para Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4), destacando avanços importantes no processo de reestruturação financeira das companhias.
Em relatório assinado pelas analistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo, o banco reforçou a recomendação de compra para ambos os papéis, embora tenha revisado o preço-alvo de Raízen de R$ 3 para R$ 2,70 — um ajuste que reflete os resultados recentes e os desafios operacionais enfrentados pela empresa.
Para a Cosan, o BofA manteve o preço-alvo em R$ 14, o que implica um potencial de valorização de 77% em relação à cotação atual.
Segundo as analistas, a estratégia de desalavancagem das duas empresas segue no caminho certo, apoiada por um time sólido de gestão e pela qualidade dos ativos.
De acordo com o BofA, as companhias concentram seus esforços em reduzir o endividamento e alongar prazos de vencimento das dívidas.
Esse processo já teria avançado consideravelmente na Cosan, que reduziu a dívida líquida em cerca de R$ 6 bilhões após a venda de sua participação na Vale (VALE3) e recompra de dívidas, com custo médio ajustado para CDI+0,91%.
No caso da Raízen, o cenário ainda exige atenção. Apesar do aumento da dívida bruta no último trimestre, impactado por consumo elevado de capital de giro, o banco projeta melhorias a partir do próximo ano fiscal, com redução do capex e ganhos de eficiência operacional.
Segundo o relatório, a venda de ativos continua sendo o principal gatilho para a destrava de valor nas ações.
A Cosan sinalizou conversas avançadas em projetos de M&A, enquanto a Raízen prepara a alienação de ativos estratégicos, incluindo usinas de moagem de cana e o negócio de distribuição de combustíveis na Argentina — este último avaliado como o de maior potencial para geração de caixa.
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As analistas do BofA estimam que a venda de ativos da Raízen pode somar entre R$ 10 bilhões e R$ 17 bilhões, dependendo das condições de mercado e dos múltiplos aplicados.
Veículos de imprensa apontam que grandes tradings globais como Trafigura e Glencore estariam entre os interessados nos ativos de combustíveis na Argentina.
Para o banco, a perspectiva de sucesso nessa frente, somada ao perfil sólido de ativos das duas empresas, sustenta a visão positiva de longo prazo, apesar do cenário de curto prazo mais desafiador, principalmente para a Raízen.
📉 Nesta sexta-feira (30), as ações da Cosan caíam cerca de 1,43%, cotadas a R$ 8,27, enquanto os papéis da Raízen caíam 1,01%, negociados a R$ 1,96, por volta das 16h.
Segundo Rubens Ometto, companhia pode segurar investimentos se juros não baixarem.
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