Setor bancário dribla Lei Magnitsky e sustenta Ibovespa; veja qual sobe mais
Principal índice da B3 fecha em alta de quase +1%, aproveitando também queda dos juros futuros.
🚨 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu nesta quinta-feira (4) parte de sua equipe ministerial e a cúpula do Banco do Brasil (BBAS3) para debater alternativas de renegociação das dívidas do agronegócio.
A pauta tem ganhado urgência diante do aumento expressivo da inadimplência no setor, que já pressiona os balanços de instituições financeiras e preocupa o governo sobre impactos na economia real.
Participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
Segundo fontes, a expectativa é que uma proposta formal seja apresentada até a próxima semana.
O Banco do Brasil, maior financiador agrícola do país, sentiu de forma direta os efeitos do endividamento crescente. No segundo trimestre de 2025, a instituição reportou aumento relevante de calotes na carteira ligada ao agronegócio.
Em agosto, executivos já haviam sinalizado que o desempenho do terceiro trimestre também viria pressionado pela inadimplência.
Esse cenário coloca o banco em situação delicada: além de sustentar a confiança dos investidores, precisa atender às demandas do governo e de milhões de produtores espalhados pelo país.
O problema não é isolado. Agricultores de diferentes regiões têm relatado dificuldades para honrar financiamentos devido a uma combinação de fatores: queda de preços de commodities em alguns segmentos, custos elevados com insumos, endividamento acumulado em safras anteriores e instabilidade climática.
➡️ Leia mais: Trump prepara sanções contra o Banco do Brasil (BBAS3), diz jornal
O agronegócio responde por mais de 25% do PIB brasileiro e é pilar das exportações nacionais.
Um colapso de crédito nesse setor poderia gerar reflexos em toda a cadeia: fornecedores de insumos, transportadoras, indústria alimentícia e até na arrecadação tributária.
Por isso, o governo avalia medidas que podem incluir:
O desafio é encontrar um formato que socorra produtores endividados sem comprometer o ajuste fiscal e sem criar risco moral, ou seja, estimular novos calotes ao sinalizar que dívidas sempre serão renegociadas.
O Banco do Brasil é peça central nessa equação. Com presença histórica no crédito agrícola, a instituição detém uma das maiores carteiras de financiamento ao setor.
Ao mesmo tempo, é empresa de capital aberto listada na B3, o que significa que precisa equilibrar os interesses de acionistas, governo e clientes.
Para a presidente Tarciana Medeiros, a renegociação é inevitável diante do cenário, mas precisa ser conduzida de forma a preservar a saúde financeira do banco. Uma solução mal desenhada poderia reduzir a rentabilidade e afetar o valor de mercado da companhia.
➡️ Leia mais: ‘Efeito Banco Master’ derruba ações de outro banco na Bolsa; confira
O encontro entre Lula, Haddad e Fávaro envia ao mercado o recado de que o governo está atento à situação. Politicamente, o tema é sensível. O agronegócio é um dos setores que mais gera empregos no interior do país e tem forte influência no Congresso.
Economicamente, a discussão acontece em um momento em que o Banco Central mantém juros elevados e projeta cortes graduais apenas a partir de 2026, o que dificulta a retomada do crédito barato para produtores.
Segundo interlocutores, a proposta em discussão deve ser finalizada e apresentada ao setor até a próxima semana.
A expectativa é que seja um plano abrangente, contemplando tanto grandes grupos agrícolas quanto pequenos e médios produtores, especialmente os que dependem de linhas de crédito subsidiadas.
📊 Se confirmada, a medida pode aliviar a pressão sobre o Banco do Brasil e sinalizar estabilidade ao mercado financeiro.
Principal índice da B3 fecha em alta de quase +1%, aproveitando também queda dos juros futuros.
Segundo a "Bloomberg", BB poderia transferir transações dos EUA para outras filiais no exterior.