Banco aposta em “fórmula mágica” para virada da Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4)

Segundo os analistas, a Cosan vive uma oportunidade única, que pode destravar um potencial de valorização de até 86% nas ações.

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Publicado em 02/09/2025 às 19:19h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 02/09/2025 às 19:19h Atualizado 7 horas atrás por Matheus Silva
A avaliação considera que a empresa está no meio de um processo de redução de dívidas (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Bank of America (BofA) divulgou um relatório que reacendeu o debate sobre o futuro da Cosan (CSAN3) e da Raízen (RAIZ4).

Segundo os analistas Isabella Simonato, Julia Zaniolo e Rogério Araújo, a Cosan vive uma oportunidade única de reestruturação e desalavancagem, que pode destravar um potencial de valorização de até 86% nas ações.

A avaliação considera que a empresa está no meio de um processo estratégico de redução de dívidas, que envolve tanto a gestão de passivos quanto a venda de ativos relevantes, além de ajustes operacionais na Raízen, sua controlada no setor de energia.

Cosan: alívio financeiro e venda da fatia na Vale

Um dos pontos destacados pelo BofA é a atuação da Cosan na redução da alavancagem. A companhia vem vendendo ativos e participações estratégicas, incluindo parte de sua fatia na Vale (VALE3), ao mesmo tempo em que fortalece sua gestão financeira.

O relatório ressalta que, apesar da queda de 27% nas ações da Cosan em 2025, os fundamentos indicam uma possível recuperação.

O aumento de capital previsto na Raízen poderia atrair um acionista estratégico, trazendo fôlego à estrutura da holding e ao mesmo tempo destravando valor de mercado.

Na análise de soma das partes (SOTP), o BofA calcula que o valor justo da ação da Cosan seria de R$ 13,70, sendo R$ 3,10 provenientes da Raízen. Mesmo excluindo a subsidiária, a Cosan ainda mostraria um potencial relevante de valorização.

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Raízen: a conta da desalavancagem

O grande desafio, porém, está na Raízen. O banco americano projeta que a companhia precisa reduzir cerca de R$ 15 bilhões em dívidas para equilibrar sua estrutura. Esse ajuste viria de uma combinação de vendas de ativos e aumento de capital.

O movimento já está em curso. Só em julho, a Raízen anunciou a venda das usinas Rio Brilhante e Passatempo, no Mato Grosso do Sul, por R$ 1,5 bilhão.

Desde novembro de 2024, a empresa já vendeu cinco ativos de cana, com capacidade total de 12 milhões de toneladas, arrecadando R$ 3,4 bilhões — bem acima da meta inicial de 7 milhões.

Hoje, a companhia opera 25 usinas com 75 milhões de toneladas de capacidade. O portfólio mais enxuto, segundo o BofA, é positivo para a eficiência operacional.

Porém, os analistas alertam que o aumento de capital é inevitável e segue sendo fonte de incerteza para os acionistas, principalmente pelo risco de diluição.

Potencial de valorização e riscos

De acordo com o relatório, se a Raízen realizar um aumento de capital entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, sem participação da Cosan, a diluição seria de apenas 2% — relativamente pequena diante do benefício de desalavancagem.

Nesse cenário, o BofA calcula que o potencial de valorização das ações da Cosan poderia chegar a 50%, mesmo com o efeito da diluição.

Para a Raízen, contudo, o BofA mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 1,25, citando como principal entrave a elevada alavancagem e o risco de novas emissões de ações.

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O que o investidor precisa ficar de olho

Para quem acompanha o setor, a análise do BofA coloca a Cosan como uma história de transformação financeira rara na América Latina.

O potencial de valorização chama atenção, mas os investidores precisam estar cientes de que o ciclo de juros elevados no Brasil e a execução do plano de desalavancagem seguem como desafios.

Já a Raízen, embora avance no processo de reciclagem de portfólio, ainda inspira cautela devido à necessidade urgente de capital.

📈 O equilíbrio entre os desinvestimentos, a entrada de novos recursos e a recuperação operacional será determinante para a retomada da confiança do mercado.