Allos (ALOS3) quer se tornar uma "máquina" de dividendos em 2026; saiba como

A companhia tem como meta distribuir mensalmente entre R$ 0,28 e R$ 0,30 por ação em 2026, um dividend yield estimado de 13%.

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Publicado em 26/11/2025 às 16:21h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 26/11/2025 às 16:21h Atualizado 11 horas atrás por Matheus Silva
A administração também sinalizou que pretende reduzir o volume de projetos para 2026 (Imagem: Shutterstock)
A administração também sinalizou que pretende reduzir o volume de projetos para 2026 (Imagem: Shutterstock)
💲 A Allos (ALOS3), uma das líderes do setor de shopping centers no Brasil, reforçou durante seu Investor Day a estratégia de equilibrar crescimento com geração de valor ao acionista, priorizando uma política de dividendos robusta e foco em eficiência operacional.
A companhia, que administra ativos como Shopping Leblon e MorumbiShopping, tem como meta distribuir mensalmente entre R$ 0,28 e R$ 0,30 por ação em 2026, o que representa um dividend yield estimado de 13%, segundo análise do BTG Pactual.
De acordo com o banco, a gestão da Allos demonstrou um posicionamento mais conservador em relação a novos investimentos para o próximo ano.
A administração sinalizou que pretende reduzir o volume de projetos para 2026, focando em iniciativas menores e com retorno mais rápido, como forma de preservar a disciplina financeira e manter a alavancagem controlada — em no máximo 2x dívida líquida sobre Ebitda.
Mesmo com um pipeline de projetos relevante, a empresa aguarda condições macroeconômicas mais favoráveis, especialmente a queda da taxa Selic, para retomar o crescimento via aquisições ou expansões mais ousadas.

Proventos agressivos e cautela para 2027

A companhia não garantiu que o ritmo de distribuição de proventos observado para 2026 será mantido nos anos seguintes. No entanto, segundo o BTG, o management deixou claro que há espaço para uma política de payout ainda agressiva, dado o posicionamento financeiro sólido da Allos.
Com a expectativa de uma queda mais significativa nos juros a partir do segundo semestre de 2026, analistas veem espaço para que a empresa retome com mais força sua agenda de M&As.
Hoje, o apetite por fusões e aquisições permanece vivo, mas condicionado a um cenário mais propício para captação de recursos e valorização dos ativos-alvo.

Otimismo com mídia e corte de custos

Um dos destaques do evento foi o braço de mídia da empresa, a Helloo, que se aproveita das sinergias com os empreendimentos administrados pela Allos. A companhia também firmou contrato com os aeroportos geridos pela espanhola Aena, ampliando o alcance dessa vertical.
A projeção da empresa é que esse segmento atinja R$ 200 milhões em receita até 2028, tornando-se um importante motor de diversificação e receita recorrente fora do core business tradicional.
Paralelamente, a CFO Daniella Guanabara destacou que a empresa vem intensificando cortes nas despesas administrativas.
Ajustes realizados em setembro ainda não impactaram os resultados do terceiro trimestre de 2025, mas a expectativa é que os ganhos de eficiência apareçam com mais clareza ao longo do primeiro semestre de 2026.
Nenhuma meta numérica foi divulgada, mas a promessa é de maior racionalização e ganho de margem operacional.

Reforço do portfólio e ganho de mercado

Nos últimos anos, a Allos avançou na qualificação de seu portfólio, com a alienação de ativos considerados não estratégicos e uma gestão mais ativa nos empreendimentos core.
O resultado, segundo o BTG, foi um desempenho acima da média do setor, com ganho de participação de mercado em relação aos concorrentes listados na B3.
💸 Segundo o banco, essa combinação de disciplina de capital, distribuição de proventos consistente e foco na eficiência operacional reforça a tese de que a Allos se prepara para uma nova fase de valorização, especialmente num ambiente de juros mais baixos.