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💸 Na última semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil para os Estados Unidos. A medida entrará em vigor em 1º de agosto de 2025.
O Investidor10 já adiantou em uma reportagem quais empresas podem sair ganhando e perdendo com as tarifas, mas dessa vez, também irá mostrar 4 empresas da B3 que serão mais impactadas, segundo relatório do Itaú BBA.
A primeira companhia apontada é a Embraer, que conta com cerca de 46% da receita potencialmente exposta a tarifa. A casa espera que o mercado reaja de forma negativa ao anúncio, já que, se implementado, pode gerar riscos de queda para as expectativas de lucro de curto prazo e o múltriplo de lucro.
Em relação à revisão dos lucros, o Itaú BBA vê riscos advindos de receitas menores (assumindo 50% de conteúdo americano para a divisão Comercial, uma tarifa de 50% poderia implicar um aumento de 25% no preço para os clientes, potencialmente implicando em adiamento de entregas ou cancelamentos de pedidos).
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💰 Outro ponto são as margens potencialmente menores, visto que a Embraer pode optar por internalizar uma parte das tarifas mais altas na aviação Comercial e também sofrer com custos mais altos na divisão Executiva (a empresa paga impostos quando aeronaves prontas e inacabadas são enviadas para os EUA).
Com isso, inicialmente a casa prevê um impacto adicional de US$ 150 milhões de agosto a dezembro devido às tarifas altas no nível Ebitda (lucros antes juros). O relatório também aponta que a empresa poderia perder ROIC (indicador que mede a eficiência de uma empresa) nos EUA se enfrentar custos mais altos sem os respectivos repasses.
A segunda empresa é a Tupy. A casa estima que aproximadamente 14% da receita bruta da empresa poderá ser impactada pelas tarifas. "A empresa divulgou que 23% de sua receita bruta consolidada veio dos EUA em 2024, e acreditamos que 60% disso foi fabricado no Brasil. Observamos que a empresa possui capacidade ociosa no México e poderia contornar esse cenário transferindo parte de sua produção do Brasil para o México", diz o texto.
Na avaliação dos analistas, a empresa tem capacidade no México e poderia contornar esse cenário transferindo parte de sua produção do Brasil para o México. "Os contratos incluem cláusulas de repasse dos custos de importação aos clientes; no entanto, é improvável que a demanda permaneça a mesma, já que os clientes precisariam pagar 50% a mais pelos produtos da Tupy, o que poderia se traduzir em exportações menores, potencialmente combinadas com menor lucratividade para a empresa", pontuaram.
💲 Para a casa, a Mahle também tem potencial de ser afetada negativamente, já que, cerca de 10% de sua receita bruta proveniente de vendas nos Estados Unidos, provenientes de produtos fabricados no Brasil. "A empresa conta apenas com unidades fabris no Brasil e na Argentina, e deslocar a produção para a Argentina não é viável, visto que apenas válvulas são fabricadas no país", diz o relatório.
Por último, o Itaú BBA também aponta a WEG como uma das possíveis afetadas pelas tarifas, visto que, 25% da receita vem da América do Norte, da qual o BBA acredita que 7% estariam expostos a tarifas. O relatório também lembra que a administração da WEG afirmou que, dos 28% da receita vendida na América do Norte, a grande maioria foi vendida nos EUA, afirmando que um terço da receita foi produzida nos EUA, um terço no México e um terço em outros países da América, excluindo os EUA e o México.
"Se assumíssemos que a maior parte é fabricada no Brasil, atingiríamos aproximadamente 7% da receita total exposta às tarifas americanas. Embora preliminar, acreditamos que poderia haver efeitos mitigadores, já que a WEG poderia realocar a produção do Brasil para outros polos de produção (por exemplo, México), reduzindo a exposição às tarifas mais altas", avaliaram os analistas.
Apesar do aumento da tensão comercial com as tarifas, algumas companhias listadas na B3 devem sentir efeitos limitados ou neutros das medidas. Segundo o BBA, Marcopolo (POMO4), Iochpe (MYPK3) e Rumo (RAIL3) estão entre as empresas com menor exposição ao impacto direto da nova política tarifária do governo norte-americano.
Segundo o relatório, Iochpe e Marcopolo devem ter efeitos neutros, pois, apesar de aproximadamente 27% da receita da Iochpe vir da América do Norte, as vendas para lá são em grande parte abastecidas por fábricas localizadas no México e nos Estados Unidos. Em relação à Marcopolo, "acreditamos que a empresa não tenha exportações do Brasil para os EUA. Os principais destinos de exportação da empresa estão na América do Sul", pontuam.
Além delas, a Rumo também está na lista, já que, o Itaú BBA vê baixo impacto para a empresa. "A maior parte das exportações de grãos do Brasil é direcionada a outros mercados — principalmente a China. Com exposição limitada ao mercado americano. Da mesma forma, não vemos efeitos significativos nos produtos industriais, dada sua dependência quase nula da demanda norte-americana", opinam os analistas.
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