4 empresas da B3 serão mais impactadas pelas tarifas de Trump, diz Itaú BBA

O presidente norte-americano voltou a aplicar tarifas neste sábado (12), as quais também entram em vigor em 1º de agosto.

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Publicado em 12/07/2025 às 12:17h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 12/07/2025 às 12:17h Atualizado 3 minutos atrás por Elanny Vlaxio
3 empresas podem ter efeitos baixos ou neutros (Imagem: Shutterstock)

💸 Na última semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil para os Estados Unidos. A medida entrará em vigor em 1º de agosto de 2025.

O Investidor10 já adiantou em uma reportagem quais empresas podem sair ganhando e perdendo com as tarifas, mas dessa vez, também irá mostrar 4 empresas da B3 que serão mais impactadas, segundo relatório do Itaú BBA.

Embraer (EMBR3)

A primeira companhia apontada é a Embraer, que conta com cerca de 46% da receita potencialmente exposta a tarifa. A casa espera que o mercado reaja de forma negativa ao anúncio, já que, se implementado, pode gerar riscos de queda para as expectativas de lucro de curto prazo e o múltriplo de lucro.

Em relação à revisão dos lucros, o Itaú BBA vê riscos advindos de receitas menores (assumindo 50% de conteúdo americano para a divisão Comercial, uma tarifa de 50% poderia implicar um aumento de 25% no preço para os clientes, potencialmente implicando em adiamento de entregas ou cancelamentos de pedidos).

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💰 Outro ponto são as margens potencialmente menores, visto que a Embraer pode optar por internalizar uma parte das tarifas mais altas na aviação Comercial e também sofrer com custos mais altos na divisão Executiva (a empresa paga impostos quando aeronaves prontas e inacabadas são enviadas para os EUA).

Com isso, inicialmente a casa prevê um impacto adicional de US$ 150 milhões de agosto a dezembro devido às tarifas altas no nível Ebitda (lucros antes juros). O relatório também aponta que a empresa poderia perder ROIC (indicador que mede a eficiência de uma empresa) nos EUA se enfrentar custos mais altos sem os respectivos repasses.

Tupy (TUPY3)

A segunda empresa é a Tupy. A casa estima que aproximadamente 14% da receita bruta da empresa poderá ser impactada pelas tarifas. "A empresa divulgou que 23% de sua receita bruta consolidada veio dos EUA em 2024, e acreditamos que 60% disso foi fabricado no Brasil. Observamos que a empresa possui capacidade ociosa no México e poderia contornar esse cenário transferindo parte de sua produção do Brasil para o México", diz o texto.

Na avaliação dos analistas, a empresa tem capacidade no México e poderia contornar esse cenário transferindo parte de sua produção do Brasil para o México. "Os contratos incluem cláusulas de repasse dos custos de importação aos clientes; no entanto, é improvável que a demanda permaneça a mesma, já que os clientes precisariam pagar 50% a mais pelos produtos da Tupy, o que poderia se traduzir em exportações menores, potencialmente combinadas com menor lucratividade para a empresa", pontuaram.

Mahle Metal Leve (LEVE3)

💲 Para a casa, a Mahle também tem potencial de ser afetada negativamente, já que, cerca de 10% de sua receita bruta proveniente de vendas nos Estados Unidos, provenientes de produtos fabricados no Brasil. "A empresa conta apenas com unidades fabris no Brasil e na Argentina, e deslocar a produção para a Argentina não é viável, visto que apenas válvulas são fabricadas no país", diz o relatório.

WEG (WEGE3)

Por último, o Itaú BBA também aponta a WEG como uma das possíveis afetadas pelas tarifas, visto que, 25% da receita vem da América do Norte, da qual o BBA acredita que 7% estariam expostos a tarifas. O relatório também lembra que a administração da WEG afirmou que, dos 28% da receita vendida na América do Norte, a grande maioria foi vendida nos EUA, afirmando que um terço da receita foi produzida nos EUA, um terço no México e um terço em outros países da América, excluindo os EUA e o México.

"Se assumíssemos que a maior parte é fabricada no Brasil, atingiríamos aproximadamente 7% da receita total exposta às tarifas americanas. Embora preliminar, acreditamos que poderia haver efeitos mitigadores, já que a WEG poderia realocar a produção do Brasil para outros polos de produção (por exemplo, México), reduzindo a exposição às tarifas mais altas", avaliaram os analistas.

3 empresas podem ter efeitos neutros ou baixos

Apesar do aumento da tensão comercial com as tarifas, algumas companhias listadas na B3 devem sentir efeitos limitados ou neutros das medidas. Segundo o BBA, Marcopolo (POMO4), Iochpe (MYPK3) e Rumo (RAIL3) estão entre as empresas com menor exposição ao impacto direto da nova política tarifária do governo norte-americano.

Segundo o relatório, Iochpe e Marcopolo devem ter efeitos neutros, pois, apesar de aproximadamente 27% da receita da Iochpe vir da América do Norte, as vendas para lá são em grande parte abastecidas por fábricas localizadas no México e nos Estados Unidos. Em relação à Marcopolo, "acreditamos que a empresa não tenha exportações do Brasil para os EUA. Os principais destinos de exportação da empresa estão na América do Sul", pontuam.

Além delas, a Rumo também está na lista, já que, o Itaú BBA vê baixo impacto para a empresa. "A maior parte das exportações de grãos do Brasil é direcionada a outros mercados — principalmente a China. Com exposição limitada ao mercado americano. Da mesma forma, não vemos efeitos significativos nos produtos industriais, dada sua dependência quase nula da demanda norte-americana", opinam os analistas.