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💸 Dessa vez, a moeda brasileira ficou na lanterninha em 2024 quando o assunto é perder valor contra o dólar americano (que vem se consolidando acima de R$ 6), até mesmo atrás da Argentina, que ainda carrega sérios problemas econômicos, mas que tem melhorado a passos largos sob a liderança do presidente libertário Javier Milei.
Ainda que o Brasil tenha saído muito mal na foto entre as 27 moedas globais mais negociadas, com desvalorização de 21,82%, conforme levantamento elaborado por Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta, a realidade que se coloca é de um dólar mais forte em todo o mundo não só no ano que se encerra, como possivelmente ainda mais parrudo em 2025.
Sem querer passar pano para ninguém, mas somente a moeda oficial de Hong Kong (usada no território chinês semiautônomo) teve alguma apreciação contra o dólar americano e, mesmo assim, foi uma ligeira alta de 0,51%.
🐉 Isso quer dizer quem decidiu fazer um hedge (proteção em moeda estrangeira) ao trocar o nosso real brasileiro pelo dólar de Hong Kong (HK$) há 12 meses também embolsou uma boa valorização.
Conforme dados do Investidor10, consultados neste dia 30 de dezembro, se você tivesse trocado R$ 1 mil por dólares de Hong Kong há um ano, hoje na conversão da moeda asiática você teria R$ 1.283,05. Atualmente, com R$ 1 mil o brasileiro consegue comprar HK$ 1.254,23.
"A moeda oficial de Hong Kong como a única vitoriosa contra o dólar dos Estados Unidos é um fato singular em um ano marcado por turbulências para os mercados emergentes e desenvolvidos, onde a maioria das moedas acumulou perdas significativas, acompanhando o Brasil no topo da lista das maiores desvalorizações", destaca Rivero.
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Se o real brasileiro fosse um estudante do colegial, em 2024 ele teria tido a sua terceira pior nota em termos nominais desde 2010. Ao invés do puxão de orelha dos genitores, a consequência prática disso é o empobrecimento dos brasileiros que veem o seu poder de compra global evaporando.
📉 Apenas em 2015, durante o segundo mandato da então presidente Dilma Rousseff (-31,98%), e em 2020, no ápice da pandemia de Covid-19 (-22,44%), a moeda brasileira teve desempenhos piores.
Por outro lado, a maior valorização do real no período recente ocorreu em 2016, quando registrou um aumento de 19,81% frente ao dólar Ptax, impulsionado pela troca de governo e esperanças de reformas econômicas.
Desde 2010, o nosso real registrou valorização em apenas quatro ocasiões: 2010, 2016, 2022 e 2023. Nos últimos dois anos, em particular, o desempenho positivo estava ligado a fatores como o aumento das exportações e a manutenção de taxas de juros atrativas no Brasil, o que favoreceu o ingresso de capitais estrangeiros.
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O consultor financeiro ressalta que tanto moedas de países emergentes, inclusive da América Latina, casos do peso argentino (-21,70%) e o peso mexicano (-17,51%), quanto moedas de nações desenvolvidas como a coroa sueca (-8,43%) e euro (-5,21%) também estão enfraquecendo contra o dólar americano.
💣 Mesmo que essas velocidades de perda no poder de compra global sejam bastante desiguais, na fotografia completa, isso reflete que as principais economias do planeta estão apanhando do dólar pela combinação de alta dos juros nos Estados Unidos e desaceleração econômica em seus respectivos países.
"Outro destaque é o rublo russo (-19,23%), que enfrentou pressões devido às sanções internacionais em decorrência de conflitos geopolíticos com a Ucrânia. Por sua vez, a lira turca (-16,47%) seguiu pressionada pela instabilidade política e desafios macroeconômicos locais", explica o CEO da Elos Ayta.
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Para 2025, a recuperação do real brasileiro dependerá de uma combinação de fatores, segundo o especialista do mercado financeiro.
🔮 Ele cita reformas estruturais capazes de atrair investimentos, aliados a um ambiente externo mais favorável, poderão reduzir a pressão cambial.
No entanto, é fundamental que o governo sinalize compromisso com a disciplina fiscal e apresente medidas concretas para conter a inflação e promover o crescimento sustentável.
"A análise das flutuações cambiais ao longo dos últimos 15 anos destaca a volatilidade inerente à economia brasileira e reforça a importância de medidas consistentes para garantir estabilidade e previsibilidade aos agentes econômicos", conclui Rivero.
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