Vale (VALE3): 1ª parcela do acordo de reparação de Mariana será paga em 30 dias

A informação foi divulgada pelo Palácio do Planalto.

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Publicado em 25/10/2024 às 11:48h - Atualizado 28 dias atrás Publicado em 25/10/2024 às 11:48h Atualizado 28 dias atrás por Elanny Vlaxio
O acordo prevê o pagamento de R$ 132 bilhões, diz a nota (Imagem: Shutterstock)

As mineradoras Vale (VALE3), BHP e Samarco deverão desembolsar a primeira parcela de R$ 5 bilhões do acordo de reparação da tragédia de Mariana em até 30 dias após a assinatura do pacto, prevista para esta sexta-feira (25). A informação foi divulgada pelo Palácio do Planalto.

💰 O acordo prevê o pagamento de R$ 132 bilhões, dos quais R$ 100 bilhões correspondem a novos investimentos que as empresas envolvidas na tragédia farão ao longo dos próximos 20 anos, direcionados ao poder público.

Os R$ 32 bilhões restantes do acordo serão destinados ao pagamento de indenizações às pessoas afetadas pela tragédia e ao custeio de ações de reparação ambiental e social, complementando os R$ 38 bilhões que as empresas afirmam ter investido anteriormente.

A barragem de Fundão, operada pela Samarco, uma joint venture da Vale e BHP, se rompeu em novembro de 2015, liberando uma enorme quantidade de rejeitos de minério que causou a morte de 19 pessoas, desalojou centenas e contaminou rios e ecossistemas, atingindo inclusive o litoral capixaba. 

Pagamento até 2043

O cronograma de pagamentos do acordo se estenderá por 20 anos, até 2043. Os valores anuais a serem pagos pelas empresas variam, com um pico de R$ 7 bilhões em 2026 e uma última parcela de R$ 4,41 bilhões em 2043, conforme divulgado pelo Palácio do Planalto.

📃 Em nota, o governo federal apontou que o acordo anterior sobre a tragédia de Mariana não atingiu os resultados esperados, uma vez que houve um descumprimento sistemático das determinações judiciais por parte das empresas envolvidas. Além disso, a judicialização do caso atrasou a resolução das questões relacionadas à reparação dos danos.

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Após dois anos de negociações, as empresas envolvidas na tragédia de Mariana passarão a pagar ao governo federal e aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo para que estes promovam a recuperação ambiental da região. 

💲 Entre as obrigações das empresas está a remoção de um volume de rejeitos, estimado em 9 milhões de metros cúbicos, do reservatório da UHE Risoleta Neves, que se encontra na bacia hidrográfica do Rio Doce, uma das maiores do país.

Conforme o acordo, as empresas devem ainda finalizar o processo de reassentamento das comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, além de recuperar 54 mil hectares de floresta nativa, cinco mil nascentes e realizar o gerenciamento das áreas contaminadas na Bacia do Rio Doce.