Tarifas, Copom e balanços do 2T25: Veja o que vai movimentar a semana no mercado

Nos EUA, também haverá decisão de juros, dados de inflação e a primeira leitura do PIB do 2T.

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Publicado em 27/07/2025 às 19:53h - Atualizado 5 horas atrás Publicado em 27/07/2025 às 19:53h Atualizado 5 horas atrás por Marina Barbosa
Tarifas de Trump entram em vigor na 6ª feira (Imagem: Shutterstock)

As tarifas dos Estados Unidos estarão de novo na mira do mercado nesta semana, já que deve entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º) a taxa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros.

Contudo, a semana também será movimentada em termos de indicadores econômicos e financeiros, pois reserva mais uma Super Quarta, dados das contas públicas e do mercado de trabalho brasileiro e da atividade econômica americana, além de mais uma rodada de balanços do segundo trimestre de 2025.

Veja a seguir o que pode afetar as movimentações do mercado nesta semana:

Tarifas

💲 Os Estados Unidos prometem taxar em 50% os produtos brasileiros a partir de sexta-feira (1º) e, segundo o governo brasileiro, não tem estado muito disposto a negociar o assunto.

Por isso, ao mesmo tempo em que tenta avançar nas conversas com os americanos, o Brasil prepara medidas para conter o impacto do tarifaço, como linhas de crédito e compras governamentais para os setores mais afetados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai avaliar as medidas, para decidir o que entrará em vigor caso o tarifaço não seja revertido ou adiado, nos próximos dias. Além disso, sanciona nesta segunda-feira (28) o projeto de lei que visa estimular as exportações de micro e pequenas empresas.

Lula vem dizendo que o governo brasileiro quer negociar o assunto, mas reclamou da falta de diálogo com Trump na semana passada.

O presidente americano alegou que a tarifa de 50% é para os países com os quais os Estados Unidos não têm tido uma boa relação. Além disso, garantiu neste domingo (27) que as tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto.

Leia também: Trump faz acordo com União Europeia, mas descarta adiar tarifa que mira o Brasil

Por isso, o governo brasileiro não descarta retaliar os Estados Unidos. A regulamentação das big techs e a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, que permitiria, entre outras coisas, a taxação de produtos americanos e a quebra de patentes, são algumas das opções estudadas.

🔎 Diante do impasse, empresas brasileiras vêm tentando se preparar para o tarifaço. Algumas empresas já declararam férias coletivas e paralisações temporárias para aguardar o desfecho das negociações. Foi o caso de algumas siderúrgicas de Minas Gerais.

Companhias maiores, por sua vez, dizem ter planos para lidar com a taxação. A Petrobras (PETR4), por exemplo, diz que pode redirecionar o petróleo que hoje vende para os Estados Unidos para outras regiões. Já a Weg (WEGE3) estuda redirecionar suas rotas de exportação para vender produtos fabricados no exterior para os americanos.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mais de 10 mil empresas brasileiras serão afetadas pelas tarifas. Veja aqui quais devem ser as empresas mais afetadas da bolsa, segundo analistas.

Super Quarta

A semana reserva mais uma Super Quarta para o mercado. Isso porque o Copom (Comitê de Política Monetária) e o Fed (Federal Reserve) definem o rumo dos juros brasileiros e americanos na próxima quarta-feira (30). A expectativa dos analistas, no entanto, é de que não haja mudança nas taxas.

🏦 Por aqui, a previsão é de que a Selic continue nos atuais 15% já que, na sua última reunião, o Copom indicou que vai interromper o ciclo de alta dos juros para observar os seus desdobramentos. O mercado avalia, então, que a Selic deve ficar como está até o final do ano e começar a cair só em 2026.

Nos Estados Unidos, a expectativa também é de manutenção dos juros, no entre 4,25% e 4,50%, pois o Fed já disse que quer mais "clareza" sobre o impacto das tarifas sobre a inflação e a economia americana para poder ajustar os juros.

O Fed, contudo, ainda projeta dois cortes de juros em 2025, o que levaria a taxa para o patamar entre 3,75% e 4,00% no final do ano. Por isso, o mercado vê a taxa caindo em setembro e dezembro deste ano.

Mais indicadores

Como de costume, o Boletim Focus abre a semana, com as projeções do mercado para os principais indicadores da economia brasileira.

Na segunda-feira (28), o BC (Banco Central) também apresenta dados sobre o mercado de crédito brasileiro e o Tesouro Nacional publica o Relatório da Dívida Pública de junho.

O resultado das contas públicas em junho também sai nesta semana, com a publicação das estatísticas fiscais do BC na quinta-feira (31).

Já o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga a taxa de desemprego e a produção industrial de junho na quinta (31) e sexta-feira (1º), respectivamente.

Nos Estados Unidos, a primeira leitura do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre sai na quarta-feira (30); o índice de inflação preferido do Fed, o PCE, será conhecido na quinta-feira (31); e o payroll de julho está previsto para sexta-feira (1º).

Balanços

Além disso, continua nesta semana a temporada de balanços do segundo trimestre de 2025.

📊 No Brasil, o destaque fica com a apresentação dos primeiros resultados bancários e com os dados das siderúrgicas.

Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) publicam seus balanços na quarta-feira (30). No dia seguinte, é a vez de Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) apresentarem seus dados.

Já nos Estados Unidos, as atenções se voltam para os balanços das big techs, como Meta (M1TA34) e Apple (AAPL34).

Veja aqui a agenda de resultados do 2T25