Sem motoristas: Vale (VALE3) quer operar 90 caminhões autônomos até 2028

Atualmente, a frota total de caminhões fora de estrada da Vale na região varia entre 130 e 140 unidades, somando autônomos e convencionais.

Author
Publicado em 08/12/2025 às 20:00h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 08/12/2025 às 20:00h Atualizado 7 horas atrás por Matheus Silva
A companhia também planeja aumentar a frota de veículos não tripulados em MG (Imagem: Shutterstock)
A companhia também planeja aumentar a frota de veículos não tripulados em MG (Imagem: Shutterstock)
🚨 A Vale (VALE3) anunciou nesta segunda-feira (8), um avanço em direção à automação de suas operações ao assinar um novo acordo com a Caterpillar e a Sotreq, que prevê a expansão da frota de caminhões fora de estrada autônomos no Sistema Norte.
Segundo o vice-presidente de Operações da companhia, Carlos Medeiros, o objetivo é atingir 90 veículos autônomos em operação até 2028, um salto significativo em relação às 18 unidades previstas para o fim de 2025.
A região Norte abriga a maior província produtora de minério de ferro e cobre da mineradora, e a adoção em larga escala desses equipamentos tem potencial para elevar produtividade, reduzir emissões e, principalmente, melhorar os padrões de segurança operacional.
“Esse contrato foi mais um passo na direção de um plano maior, que é a adoção desses caminhões em larga escala”, destacou Medeiros, em entrevista à Reuters.
Atualmente, a frota total de caminhões fora de estrada da Vale na região varia entre 130 e 140 unidades, somando autônomos e convencionais. 
A expansão prevista virá em grande parte da conversão de caminhões tradicionais já em uso nas minas.
Os caminhões autônomos da Caterpillar em operação têm capacidade para transportar até 320 toneladas, mas o novo contrato também inclui modelos com capacidade de até 400 toneladas, ampliando ainda mais o potencial logístico da operação.

Ganhos operacionais, ambientais e de segurança

Além da eliminação de riscos associados à presença humana, os veículos autônomos apresentam melhor rendimento operacional, com condução mais suave, menos frenagens e acelerações bruscas. 
De acordo com Medeiros, já é possível observar ganhos de até 15% em produtividade e uma redução de até 7,5% no consumo de diesel.
Esses ganhos podem se traduzir futuramente em aumento da produção com a mesma frota ou redução da frota total, tornando as operações mais eficientes e sustentáveis.
Outro diferencial dos veículos autônomos é a capacidade de operar continuamente, inclusive em condições climáticas adversas, como neblina e chuvas intensas, frequentes na região Norte, quando caminhões convencionais precisariam ser paralisados por questões de segurança.
Além disso, os autônomos serão integrados a sistemas sustentáveis já existentes. Em Serra Sul, por exemplo, vão operar ao lado do sistema "truckless", que transporta minério por correias de longa distância, uma alternativa sem uso de combustíveis fósseis e com menor emissão de carbono.

Capacitação e futuro da mão de obra

Desde o início do programa de autônomos, em 2018, na mina de Brucutu (MG), a Vale tem investido na capacitação de seus funcionários para novas funções digitais. 
Mais de 260 profissionais já passaram por treinamentos para atuar nas novas áreas tecnológicas da empresa.
“A busca é por tecnologias que retirem as pessoas das áreas de maior risco e as realoquem em posições estratégicas para o futuro digital da mineração”, afirmou Medeiros.
🚚 O programa de caminhões autônomos da Vale seguirá em expansão nos próximos anos. Além do Sistema Norte, a companhia também planeja aumentar a frota de veículos não tripulados em Minas Gerais, consolidando sua liderança em mineração de baixo carbono e alto desempenho.