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Santander Brasil (SANB11) apresenta nesta quarta-feira (29) os resultados do terceiro trimestre de 2025 em meio a uma leitura cautelosa do mercado. Embora as ações acumulem
alta de 24% no ano, o banco ainda não conseguiu entregar um ritmo sólido e consistente de recuperação.
Depois de um primeiro trimestre mais forte, o desempenho entre abril e junho decepcionou parte dos analistas. A frustração foi causada por maior pressão nas provisões para perdas com crédito e um avanço mais contido nas receitas.
Agora, com a nova divulgação, o mercado espera números mais estáveis. De acordo com o consenso da Bloomberg, o Santander deve registrar lucro líquido de R$ 3,7 bilhões no terceiro trimestre, o que representa um crescimento tímido de 3% em relação ao mesmo período de 2024.
Analistas divididos sobre ritmo de recuperação
Embora o consenso aponte para estabilidade, algumas instituições esperam números um pouco mais robustos. A Genial Investimentos, por exemplo, projeta lucro de R$ 3,92 bilhões, o que representaria uma alta anual de 7%.
A casa também estima avanço do ROE para 16,8%, puxado por uma combinação de fatores operacionais positivos. Entre os destaques do trimestre, a Genial cita a redução das provisões para devedores duvidosos (PDD), que haviam sido reforçadas no segundo trimestre, especialmente na carteira de atacado.
Além disso, o banco deve manter a tendência de crescimento da margem financeira com clientes (NII), impulsionada por um mix mais rentável de produtos e fontes de captação.
No crédito, a expectativa é de leve aceleração. A Genial projeta crescimento de 1,2% na carteira em relação ao segundo trimestre, com alta de 2,9% no comparativo anual.
O número ainda é modesto diante da média do sistema, que registra crescimento de 10,1% em 12 meses.
A leitura da casa é que o banco adota uma postura conservadora e seletiva na concessão de crédito, priorizando segmentos de melhor risco-retorno, o que deve posicioná-lo bem para um possível ciclo de retomada nos próximos trimestres.
A meta de atingir ROE de 20%, no entanto, foi adiada para 2027, segundo declarações recentes da própria gestão.
Projeções conservadoras para o setor bancário
O cenário macro também contribui para o posicionamento mais cauteloso. Em ano pré-eleitoral, os analistas acreditam que os bancos vão adotar estratégias mais defensivas.
Para o Santander, isso significa limitação nos ganhos de rentabilidade, mesmo com alguma melhora operacional.
O UBS BB prevê lucro estável e leve recuperação da carteira de crédito após a queda de 1% registrada no segundo trimestre. O banco acredita que a valorização do real continuará pressionando a carteira corporativa, mas com impacto reduzido em relação ao trimestre anterior.
O Safra também projeta estabilidade no lucro e vê pressão sobre a margem financeira com o mercado (NII), que deve apresentar o desempenho mais fraco do ano, reflexo do número maior de dias úteis e da defasagem no efeito dos juros.
Em contrapartida, a carteira de crédito deve ganhar tração, puxada por pequenas e médias empresas, financiamentos e cartões, com destaque para o segmento de alta renda.
Já o Itaú BBA espera que o Santander mantenha sua estratégia conservadora na expansão do crédito, o que deve resultar em uma carteira praticamente estável no trimestre.
📈 Os spreads devem melhorar com produtos de maior qualidade, mas perdas na NII de mercado, influenciadas pelo CDI, devem anular parte dos ganhos. A projeção do banco é de ROE próximo de 16%.