Quais setores da B3 devem pagar mais dividendos no começo de 2026?

A antecipação de proventos para evitar a nova tributação já elevou os dividendos anunciados em 2025.

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Publicado em 20/12/2025 às 09:06h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 20/12/2025 às 09:06h Atualizado 3 minutos atrás por Elanny Vlaxio
(Imagem: Shutterstock)
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💸 Com a aproximação de 2026, analistas do mercado financeiro começam a mapear quais empresas e setores da B3 devem concentrar os pagamentos mais robustos de dividendos no início do próximo ano. 
Na avaliação de especialistas, o cenário macroeconômico, combinado a mudanças regulatórias e estratégias corporativas, cria um ambiente propício para anúncios relevantes de proventos, ainda que com distorções no calendário tradicional.

Bancos, energia e geração de caixa no centro das projeções

Para Gustavo Moreira, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, os principais candidatos a liderar os pagamentos seguem um perfil já conhecido do investidor brasileiro. 
Empresas com forte geração de caixa e histórico consistente de distribuição continuam no radar, com destaque para bancos, companhias de energia e grandes players de commodities. Segundo ele, companhias desses segmentos, sobretudo as de maior porte, reúnem características que sustentam dividendos mais elevados, como previsibilidade de resultados e modelos de negócios maduros.
💰 Moreira ressalta ainda que a expectativa de cortes de juros em 2026 tende a beneficiar empresas voltadas ao mercado interno, ampliando lucros e reforçando a capacidade de distribuição. Somando a isso o movimento de antecipação de dividendos observado em 2025, motivado pela nova tributação, o que deve resultar em anúncios relevantes entre o fim deste ano e o início do próximo. 
Na avaliação do especialista, bancos de grande porte e empresas reguladas com geração recorrente de caixa permanecem como candidatas naturais a pagar mais. "Em outras palavras, bancos grandes e empresas reguladas/geradoras de caixa são candidatas naturais a pagar mais, e o cenário macro (juros em queda) amplia essa probabilidade", avaliou. 

Antecipações, ciclo econômico e mudança no perfil dos dividendos

Apesar de os setores líderes seguirem, em parte, o padrão histórico, Moreira aponta que fatores extraordinários distorceram o calendário e o tamanho dos pagamentos. A antecipação de proventos para evitar a nova tributação já elevou os dividendos anunciados em 2025, o que pode reduzir o volume disponível para distribuições regulares no começo de 2026 ou, alternativamente, inflar os números nesse período.
Na mesma linha, Igor Leite, especialista em investimentos e MBA em Finanças pela FBNF (Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças), avalia que o setor financeiro tende a retomar o protagonismo na remuneração aos acionistas. 
🤑 Em um ambiente ainda favorável aos spreads bancários, ele destaca o Banco do Brasil (BBAS3), que, apesar de negociar com desconto por questões políticas, apresenta governança resiliente e payout de 40%, resultando em retorno robusto e líquido ao investidor.
Leite também chama atenção para o setor de utilities, especialmente empresas elétricas como Taesa (TAEE11) e CPFL (CPFE3), cujas receitas indexadas à inflação conferem previsibilidade e potencial de valorização. Para 2026, segundo o especialista, a redução do ciclo de investimentos deve liberar fluxo de caixa livre ao acionista. 
Ele avalia que o mercado vive uma transição dos “dividendos de oportunidade”, com bancos como Banco do Brasil e Bradesco acelerando pagamentos via JCP para aproveitar a atual janela fiscal. 
"Para 2026, não observamos uma 'anomalia', mas sim uma rotação estrutural de ciclo. O mercado está migrando do que chamo de 'Dividendos de Oportunidade' baseados no boom de commodities entre 2021-2023 para 'Dividendos de Estrutura' baseados em juros, spread e eficiência tributária", avaliou. 

Setores da B3 com maior probabilidade de pagar mais dividendos no início de 2026:

  • Setor financeiro;
  • Setor de energia e utilities;
  • Empresas de commodities e exportadoras;
  • Empresas com histórico de proventos antecipados.