Sabesp (SBSP3) é autorizada a reajustar tarifas em 6,4469%
A mudança passará a vigorar a partir de 10 de maio de 2024.
O governo do Estado de São Paulo lançou na noite de sexta-feira (21) a oferta pública de ações que vai viabilizar a privatização da Sabesp (SBSP3). O Estado vai vender até 220,5 milhões de ações da companhia e, com isso, deve arrecadar até R$ 16,5 bilhões.
📈 Pela oferta, o governo vai colocar à venda 191.713.044 ações da Sabesp, o equivalente a 28,05% do capital social da companhia e a 55,81% da sua participação na empresa. A oferta, contudo, pode ter um lote adicional de 15%. Isto é, mais 28.756.956 ações.
Caso o lote adicional seja completamente liquidado, o Estado venderá 32,25% das ações da Sabesp, o equivalente a 64,18% da sua participação na companhia.
O objetivo é do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) é deixar de ter o controle, mas ficar com ao menos 18% das ações da Sabesp. Hoje, o Estado detém 50,3% da companhia.
O projeto, contudo, também prevê uma golden share, isto é, uma "ação de ouro" que dará poder de veto ao Estado. Pelo texto, o governo poderá vetar decisões sobre mudança de nome, da sede e da atividade econômica da Sabesp, além do limite máximo de votos que um acionista pode ter na companhia.
💲 O preço por ação da oferta será definido no dia 18 de julho, depois que o governo receber propostas dos investidores interessados. Contudo, o Estado pode arrecadar até R$ 16,5 bilhões com a oferta, se for considerado o preço de fechamento das ações na sexta-feira (21).
As ações da Sabesp subiram 3,87% na sexta-feira (21), com a expectativa do lançamento da oferta. Com isso, fecharam o dia negociadas a R$ 74,85. Por esse preço, o governo arrecadaria R$ 14,35 bilhões no lote inicial de 191,7 milhões de ações e poderia captar mais R$ 2,15 bilhões com o lote adicional de 28,7 milhões de ações.
Leia também: Sabesp (SBSP3): De olho em oferta, Aegea e Equatorial buscam investimento
O processo de privatização da Sabesp prevê que um investidor de referência adquira 15% das ações da empresa e carregue essa posição até 2030. O mercado em geral deve ficar com outros 17%.
Os interessados em se tornar o investidor de referência da Sabesp devem apresentar suas propostas na próxima semana, de 14 a 28 de junho. Já na próxima sexta-feira (28), o governo vai apresentar os finalistas do processo.
Aegea e Equatorial Energia (EQTL3) estariam interessadas em adquirir essa fatia da Sabesp. O empresário Nelson Tanure, que investe em empresas como Light (LIGT3), Gafisa (GFSA3)e Alliança (AALR3), também teria considerado fazer uma oferta, mas não deve prosseguir com a oferta, segundo fontes ouvidas pelo Investidor10.
Depois disso, será aberto o prazo para as ofertas dos investidores de varejo. Os investidores comuns terão de 1º a 15 de julho para reservar ações da Sabesp.
Para garantir procura à oferta, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vai ao exterior nas próximas semanas para apresentar a proposta final de privatização da Sabesp a investidores internacionais. Ele estará nos Estados Unidos entre 24 e 28 de junho e na Europa de 1º a 5 de julho. Depois, o governo também deve fazer um roadshow no Brasil, de 8 a 12 de julho.
Em 16 de julho, o governo anunciará o investidor de referência escolhido para a Sabesp. O investidor que tiver o melhor posicionamento terá o direito de igualar a proposta do concorrente final, um direito conhecido como "right to match".
Com isso, a precificação da oferta será realizada em 18 de julho e a liquidação em 22 de julho. O processo de privatização deve levar, portanto, um mês.
Ao propor a privatização, o governo disse que a operação permitirá a ampliação dos investimentos da Sabesp, além da antecipação da universalização do acesso de água e esgoto no estado de São Paulo.
A Sabesp previa investimentos de R$ 56 bilhões para universalizar o saneamento nos 375 municípios atendidos pela companhia até 2033. A privatização, por sua vez, prevê R$ 10 bilhões a mais em investimentos e a universalização do saneamento em 2029.
Outra promessa do governo de São Paulo é a redução da tarifa de água e esgoto paga pelo consumidor. Para isso, o governo deve encaminhar parte do que for arrecadado com a privatização e os dividendos da Sabesp para um Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento no Estado de São Paulo.
A mudança passará a vigorar a partir de 10 de maio de 2024.
O objetivo da empresa é arrematar os 15% de ações, dos 30% dos papéis que o estado de São Paulo irá colocar à venda.