Privatização da Sabesp (SBSP3): Governo lança oferta e pode captar até R$ 16,5 bi

Pela oferta, o Estado vai vender até 220,5 milhões de ações. Isto é, 32,25% do capital social da companhia.

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Publicado em 22/06/2024 às 09:41h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 22/06/2024 às 09:41h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Governo vai vender até 220,5 milhões de ações da Sabesp

O governo do Estado de São Paulo lançou na noite de sexta-feira (21) a oferta pública de ações que vai viabilizar a privatização da Sabesp (SBSP3). O Estado vai vender até 220,5 milhões de ações da companhia e, com isso, deve arrecadar até R$ 16,5 bilhões.

📈 Pela oferta, o governo vai colocar à venda 191.713.044 ações da Sabesp, o equivalente a  28,05% do capital social da companhia e a 55,81% da sua participação na empresa. A oferta, contudo, pode ter um lote adicional de 15%. Isto é, mais 28.756.956 ações. 

Caso o lote adicional seja completamente liquidado, o Estado venderá 32,25% das ações da Sabesp, o equivalente a 64,18% da sua participação na companhia. 

O objetivo é do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) é deixar de ter o controle, mas ficar com ao menos 18% das ações da Sabesp. Hoje, o Estado detém 50,3% da companhia.

O projeto, contudo, também prevê uma golden share, isto é, uma "ação de ouro" que dará poder de veto ao Estado. Pelo texto, o governo poderá vetar decisões sobre mudança de nome, da sede e da atividade econômica da Sabesp, além do limite máximo de votos que um acionista pode ter na companhia.

Preço da ação

💲 O preço por ação da oferta será definido no dia 18 de julho, depois que o governo receber propostas dos investidores interessados. Contudo, o Estado pode arrecadar até R$ 16,5 bilhões com a oferta, se for considerado o preço de fechamento das ações na sexta-feira (21).

As ações da Sabesp subiram 3,87% na sexta-feira (21), com a expectativa do lançamento da oferta. Com isso, fecharam o dia negociadas a R$ 74,85. Por esse preço, o governo arrecadaria R$ 14,35 bilhões no lote inicial de 191,7 milhões de ações e poderia captar mais R$ 2,15 bilhões com o lote adicional de 28,7 milhões de ações. 

Leia também: Sabesp (SBSP3): De olho em oferta, Aegea e Equatorial buscam investimento

O processo de privatização da Sabesp

O processo de privatização da Sabesp prevê que um investidor de referência adquira 15% das ações da empresa e carregue essa posição até 2030. O mercado em geral deve ficar com outros 17%.

Os interessados em se tornar o investidor de referência da Sabesp devem apresentar suas propostas na próxima semana, de 14 a 28 de junho. Já na próxima sexta-feira (28), o governo vai apresentar os finalistas do processo.

Aegea e Equatorial Energia (EQTL3) estariam interessadas em adquirir essa fatia da Sabesp. O empresário Nelson Tanure, que investe em empresas como Light (LIGT3), Gafisa (GFSA3)e Alliança (AALR3), também teria considerado fazer uma oferta, mas não deve prosseguir com a oferta, segundo fontes ouvidas pelo Investidor10.

Depois disso, será aberto o prazo para as ofertas dos investidores de varejo. Os investidores comuns terão de 1º a 15 de julho para reservar ações da Sabesp.

Para garantir procura à oferta, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vai ao exterior nas próximas semanas para apresentar a proposta final de privatização da Sabesp a investidores internacionais. Ele estará nos Estados Unidos entre 24 e 28 de junho e na Europa de 1º a 5 de julho. Depois, o governo também deve fazer um roadshow no Brasil, de 8 a 12 de julho.

Em 16 de julho, o governo anunciará o investidor de referência escolhido para a Sabesp. O investidor que tiver o melhor posicionamento terá o direito de igualar a proposta do concorrente final, um direito conhecido como "right to match".

Com isso, a precificação da oferta será realizada em 18 de julho e a liquidação em 22 de julho. O processo de privatização deve levar, portanto, um mês.

Investimentos

Ao propor a privatização, o governo disse que a operação permitirá a ampliação dos investimentos da Sabesp, além da antecipação da universalização do acesso de água e esgoto no estado de São Paulo.

A Sabesp previa investimentos de R$ 56 bilhões para universalizar o saneamento nos 375 municípios atendidos pela companhia até 2033. A privatização, por sua vez, prevê R$ 10 bilhões a mais em investimentos e a universalização do saneamento em 2029.

Outra promessa do governo de São Paulo é a redução da tarifa de água e esgoto paga pelo consumidor. Para isso, o governo deve encaminhar parte do que for arrecadado com a privatização e os dividendos da Sabesp para um Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento no Estado de São Paulo.