As ações da
SLC Agrícola (SLCE3) despontavam nesta sexta-feira (7) como uma das maiores altas do
Ibovespa, avançando quase +5%, com o mercado ignorando praticamente o prejuízo de R$ 14,5 milhões reportado pela companhia no terceiro trimestre do ano (
3T25).
Isso porque os investidores deram mais importância ao acordo firmado entre a
SLCE3 e o Fundo de Investimento em Participações (FIP) do
BTG Pactual (BPAC11) visando à aquisição e arrendamento de terras para irrigação.
O acordo prevê a criação de Sociedade de Propósito Específico (SPEs) com participação de 50,01% da SLC Agrícola e 49,99% dos FIPs do banco.
A
representante do agronegócio subscreverá capital por meio da contribuição de ativos, como a Fazenda Piratini. Os demais sócios farão um aporte de capital total de aproximadamente R$ 1 bilhão, sendo R$ 914 milhões à vista e R$ 119 milhões na segunda metade de 2026.
Por sua vez, as SPEs serão donas das propriedades rurais irrigadas e terão remuneração de aproximadamente 19% da produção agrícola das áreas adquiridas, com prazo inicial de 18 anos com prorrogação automática a cada 3 anos no caso de não ocorrerem objeções.
Segundo dados do
Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em
SLCE3 há dez anos, hoje você teria
R$ 7.170,98, já considerando o reinvestimento dos
dividendos. A simulação também aponta que o
Ibovespa teria retornado
R$ 3.322,60 nas mesmas condições.
SLCE3 vale a pena?
Na visão do analista Lucas Dias, da corretora Ativa Investimentos, as ações da SLC Agrícola têm recomendação de compra, com preço-alvo estipulado em R$ 24,60 por papel nos próximos 12 meses.
O especialista reconhece que a
SLCE3 apresentou maiores despesas operacionais e financeiras, especialmente com o volume fraco faturado no
algodão, que contribuíram para o prejuízo no 3T25.
Todavia, o bom desempenho em
soja e
milho, bem como a nova parceria para o projeto de irrigação com o BTG Pactual, sustentam a tese de investimento na SLC Agrícola.
"A receita líquida no período foi de R$ 2,1 bilhões, alta de +26,4% na comparação anual. Só o volume faturado de
soja foi de 177,1 mil toneladas, com receita de R$ 457,4 milhões, avanço de +30,2% em volume e +33% em receita. Já o
milho teve 709,2 mil toneladas comercializadas, com receita em R$ 597,9 milhões, salto de +80,5% em volume e +99,5% em receita", destaca o especialista.
Para a Ativa Investimentos, a
SLCE3 apresentará uma clara tendência de redução de seu endividamento nos próximos anos, com o indicador Dívida Líquida Sobre Ebitda recuando de
1,1x em 2025 para os patamares de
0,6x em 2026, além de
0,1x em 2027.
Ainda assim, a expectativa da corretora de valores em relação ao
ROE (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido) da companhia agrícola é de taxa a
12,4% em 2025, seguida de
8,4% em 2026, terminando em
7,5% em 2027.