Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A Petrobras (PETR4) virou alvo de um processo administrativo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta quinta-feira (4). O processo vem na esteira dos rumores sobre a troca de comando e a distribuição de dividendos extraordinários pela companhia.
📃 O processo aberto pela CVM é um processo do tipo supervisão e tem o intuito de analisar a divulgação de notícias, fatos relevantes e comunicados pela Petrobras. É um tipo de processo que costuma questionar a demora na divulgação de informações relevantes para a empresa.
A CVM não deu detalhes sobre o processo, alegando que não comenta casos específicos. O processo, no entanto, vem na esteira de um dia de muitos rumores e oscilação para a empresa.
Os papeis da Petrobras chegaram a subir quase 3%, diante da possibilidade de que a companhia distribuísse os R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários que foram retidos em março. A distribuição teria sido acertada pelo governo na quarta-feira (3), segundo a colunista do jornal "O Globo" Malu Gaspar.
📉 Contudo, as ações passaram a cair forte depois de notícias de que o governo federal teria convidado o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, para substituir Jean Paul Prates no comando da empresa.
Leia também: Petrobras (PETR4) nega decisão sobre dividendos extraordinários
O nome de Mercadante veio à tona depois que Prates pediu uma "conversa definitiva" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a sua situação na Petrobras, diante de críticas de integrantes do governo como o ministro de Minas e Energia (Alexandre Silveira).
O saldo desse dia de altas e baixas foi um baque de 1,41% das ações preferenciais e de -0,46% das ações ordinárias da Petrobras. Para se ter uma ideia, as ações preferenciais fecharam a R$ 37,88, mas variaram de R$ 37,46 a R$ 39,47 durante o pregão.
A Petrobras, no entanto, pouco falou sobre as notícias que pressionaram as ações da companhia nesta quinta-feira (4). Em comunicado enviado à CVM às 17h42, a estatal disse que ainda não há decisão sobre os dividendos extraordinários.
A companhia, no entanto, não se posicionou oficialmente sobre a possível troca de comando. O presidente Jean Paul Prates apenas ironizou o assunto nas redes sociais.
A Petrobras também não comentou o processo da CVM. Contudo, não é a primeira vez que a comunicação da estatal será investigada pela CVM. A autarquia já abriu outros três processos desse tipo contra a empresa só neste ano de 2024, nos dias 15 de março, 5 de fevereiro e 23 de janeiro.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.