Petrobras (PETR4) será afetada pela tarifa de Trump? Veja o que diz a empresa

EUA receberam 37% de todas as exportações de derivados da estatal no 1º trimestre de 2025.

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Publicado em 10/07/2025 às 13:15h - Atualizado 14 horas atrás Publicado em 10/07/2025 às 13:15h Atualizado 14 horas atrás por Marina Barbosa
Petrobras avalia impactos da tarifa nos seus ganhos (Imagem: Shutterstock)

A Petrobras (PETR4) avalia o impacto das novas tarifas americanas sobre o petróleo e os seus ganhos.

🧾Em nota, a estatal disse que "segue atenta aos movimentos de mercado e mantém sua estratégia de buscar sempre a melhor alternativa para a empresa em qualquer cenário".

"O posicionamento comercial e a atuação global da Petrobras permitem monitorar permanentemente os movimentos do mercado internacional e observar as opções mais econômicas", afirmou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu nessa quarta-feira (9) taxar em 50% todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

Como mostrou o Investidor10, o petróleo é o produto mais exportado pelo Brasil para os Estados Unidos. Logo, deve ser um dos itens mais afetados pela tarifa. E boa parte dessas vendas é feita pela Petrobras.

No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, 37% de todas as exportações de derivados de petróleo da estatal foram para os Estados Unidos. A participação americana só não foi maior que a de Cingapura (53%).

Já no caso do petróleo, os Estados Unidos receberam 4% das exportações realizadas pela Petrobras no período -uma venda bem menos representativa do que as realizadas para a China (36%), o restante da Ásia (33%) e a Europa (27%).

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O que dizem os analistas?

Analistas do BTG Pactual, no entanto, acreditam que a Petrobras deve ser "minimamente impactada" pela nova tarifa de Trump.

🚢 Lembrando que o petróleo é uma commodity globalmente líquida, a expectativa dos analistas é de que o Brasil possa redirecionar os barris exportados para os Estados Unidos para refinarias na Ásia, Europa ou Oriente Médio.

"Embora os EUA tenham uma participação considerável nas exportações de produtos combustíveis, quando olhamos em termos absolutos, acreditamos que este seja um volume pequeno e que a Petrobras deveria ser capaz de facilmente desviar esse fluxo de exportação para outro país", escreveram os analistas.

Vale lembrar ainda que as exportações representam a menor parte das vendas realizadas pela Petrobras. No primeiro trimestre, por exemplo, 72,5% das vendas da companhia foram efetuadas no mercado interno e só 27,5% no exterior.

O BTG, no entanto, acredita que uma eventual retaliação do Brasil poderia trazer um "impacto ligeiramente negativo" para a Petrobras. Isso porque a medida elevaria os custos de importação das refinarias brasileiras.

O governo brasileiro, no entanto, já indicou que deve responder a Trump com novas tarifas. Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica".

Juniores

O BTG disse ainda que as petroleiras juniores não devem ser tão afetadas pela tarifa de Trump, já que essas companhias produzem quase que inteiramente para o mercado interno e atualmente não importam petróleo e derivados.

Ainda assim, essas são as petroleiras que mais sofrem na bolsa nesta quinta-feira (10), na esteira do anúncio de Trump.

Veja como o setor performava às 13h: