Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A Petrobras (PETR4) confirmou nesta sexta-feira (22) a convocação da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária para o dia 25 de abril. No documento, a estatal mantém a proposta de reter os dividendos extraordinários de 2023, apesar da decepção do mercado com a medida.
💰 A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, o segundo maior da sua história. Com isso, teve um lucro remanescente de R$ 43,9 bilhões. O valor, no entanto, não foi distribuído em forma de proventos aos acionistas, como esperava o mercado.
O não pagamento dos dividendos extraordinários fez a Petrobras perder R$ 55,3 bilhões em valor de mercado no dia 8 de março. Até hoje, a companhia não recuperou o baque. A Petrobras era avaliada em R$ 529,1 bilhões antes da notícia sobre os dividendos, caiu para R$ 473,8 bilhões no dia seguinte ao anúncio e hoje ainda está valendo cerca de R$ 474 bilhões.
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Apesar do baque, a companhia manteve a proposta de retenção dos dividendos extraordinários no edital de convocação da assembleia de 25 de abril. A proposta da empresa é colocar os R$ 43,9 bilhões de lucro excedente em uma reserva estatutária de remuneração do capital.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, vem dizendo que essa reserva terá como único objetivo a remuneração aos acionistas e, por isso, não poderá ser usada para investimentos. A ideia é que os recursos sejam distribuídos aos acionistas no momento em que a companhia julgar pertinente. Espera-se, inclusive, que parte seja distribuída ainda este ano.
Além da destinação dos resultados de 2023, a assembleia de acionistas convocada para 25 de abril vai eleger os novos membros do Conselho de Administração da Petrobras.
🧑💼 O board é atualmente composto por 11 membros, eleitos para mandatos de dois anos. O número de conselheiros, contudo, também pode mudar de acordo com os resultados da assembleia. O mínimo é de sete membros e o máximo, de 11.
Até o momento, a Petrobras recebeu a indicação de 14 nomes para o board. Foram oito indicados do governo federal e cinco dos acionistas minoritários. Já os funcionários da Petrobras reelegeram a geóloga Rosangela Buzanelli para o assento a que têm direito.
Dos oito indicados pelo governo, cinco já integram o board. Entre os três novos indicados, está o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux. Já entre as cinco indicações dos acionistas minoritários, três já fazem parte do Conselho.
Veja aqui a lista completa de indicados para o Conselho de Administração da Petrobras.
Atualmente, o governo federal ocupa seis dos 11 assentos do Conselho de Administração da Petrobras, como acionista controlador. Os acionistas minoritários contam com quatro conselheiros e os funcionários da Petrobras têm um representante no board.
Ata da reunião do Conselho de Administração que aprovou a retenção dos dividendos extraordinários mostra que a decisão foi sustentada pelo governo. Segundo o documento, a proposta foi aprovada por seis dos 11 membros do board: cinco indicados pelo governo e a representante dos funcionários da Petrobras.
Os quatro acionistas minoritários foram contra. E o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que é indicado pelo governo, absteve-se da votação. A diretoria da companhia, comandada por Prates, teria apresentado outra proposta, que previa a distribuição de metade dos R$ 43,9 bilhões de lucro excedente aos acionistas.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.