Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
A Petrobras (PETR4) está "confortável" com os atuais preços dos combustíveis. Por isso, não deve ajustar os preços cobrados nas suas refinarias por enquanto. Foi o que disse a presidente da estatal, Magda Chambriard, nesta quarta-feira (4).
🗣️ Magda Chambriard foi questionada por jornalistas sobre possíveis ajustes nos preços dos combustíveis por causa da recente queda da cotação do petróleo. Contudo, disse que o movimento não deve afetar os preços praticados pela Petrobras neste momento.
"Nós não vamos fazer nada por enquanto. Estamos confortáveis com o nível do preço dos combustíveis", declarou Magda Chambriard.
Ela disse ainda que os preços cobrados atualmente nas refinarias da Petrobras são menores do que os praticados no início de 2023. "A população não percebe isso no seu consumo direto, porque outras margens são agregadas", pontuou.
⛽ Os preços internacionais do petróleo recuaram para o menor nível do ano nesta semana. Nesta quarta-feira (4), o barril do tipo Brent é negociado na casa dos US$ 72 e o barril do tipo WTI caiu abaixo de US$ 70 pela primeira vez desde abril de 2023.
A queda ocorre diante da possibilidade de que a oferta mundial da commodity aumente, mas o consumo não.
Há uma perspectiva de retomada da produção e da exportação de petróleo na Líbia, diante da redução das tensões políticas no país. Além disso, é esperado um aumento na oferta de petróleo pela Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) a partir de outubro.
Contudo, o mercado teme uma desaceleração da economia dos Estados Unidos e da China, o que reduziria a demanda pelo petróleo. Por isso, os preços do Brent já caíram mais de 8% nesta semana e os do WTI, -6%.
Leia também: PIB do 2º tri: Brasil teve 3º maior crescimento do G20, veja ranking
A Petrobras não segue mais uma política de paridade de importação. Ou seja, não define os preços dos combustíveis apenas por causa da variação dos preços internacionais de petróleo e do dólar.
O fim do chamado PPI (Preço de Paridade de Importação) foi implementado em maio de 2023, como prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia era baixar os preços e evitar reajustes recorrentes dos combustíveis.
Deste então, a estatal fixa os preços cobrados às distribuidoras de acordo com o menor valor possível de venda e o maior valor aceito pelos consumidores.
Por isso, a Petrobras não mexe nos preços da gasolina e do gás de cozinha desde julho. Na ocasião, houve um aumento de R$ 0,20 por litro da gasolina e de R$ 3,10 por botijão de gás para as distribuidoras.
Já o diesel ainda não foi reajustado em 2024. O querosene de aviação, por sua vez, ficou mais barato neste mês de setembro, porque segue uma política de preços diferente, com reajustes mensais.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.