Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
O governo federal voltou a discutir a distribuição de dividendos extraordinários pela Petrobras (PETR4) nesta quarta-feira (3). Na saída da reunião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o provento depende do plano de investimento da estatal.
💰 Em entrevista a jornalistas, Haddad indicou que os dividendos extraordinários que foram retidos pela Petrobras em 7 de março só devem ser distribuídos aos acionistas se ficar claro que não faltarão recursos para o plano de investimento da companhia.
"A decisão sobre os dividendos é um desdobramento da execução do plano de investimentos da Petrobras. Toda a questão que está para ser debatida pela diretoria e depois pelo Conselho é se vai ou não faltar recursos para o plano de investimento", afirmou Haddad.
Como acionista majoritário, o governo federal ocupa a maior parte dos assentos do Conselho de Administração da Petrobras. Por isso, pediu que a diretoria da empresa apresente informações sobre a execução do seu plano de investimento. O objetivo é que esses dados sirvam de base para uma decisão sobre os dividendos.
⛽ Haddad disse que o governo aguarda "informações finais" da diretoria da Petrobras para entender se o caixa da Petrobras é "suficiente robusto" para arcar com os investimentos e com a distribuição de dividendos.
Segundo ele, há um cronograma para que essas informações "cheguem o quanto antes para o Conselho para que uma decisão final possa ser tomada". Ele não disse, contudo, qual o prazo para isso.
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A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, o segundo maior da sua história. Com isso, teve um lucro remanescente de R$ 43,9 bilhões. O valor, no entanto, não foi distribuído em forma de proventos aos acionistas, como esperava o mercado, mas retido nas reservas da companhia.
Segundo a Petrobras, os recursos estão em uma reserva destinada apenas à remuneração dos acionistas. Por isso, devem ser distribuídos em forma de dividendos em algum momento. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, também quer garantir os investimentos da estatal.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.