Petrobras (PETR4) recupera valor de mercado pré-crise dos dividendos
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, disse que a companhia deve ser cautelosa na distribuição de dividendos durante o processo de transição energética. A declaração vai de encontro à expectativa de dividendos extraordinários e, por isso, derruba as ações da petroleira nesta quarta-feira (28).
🗣️ "Precisamos ser cautelosos", disse Prates, ao ser questionado sobre um eventual pagamento de dividendos extraordinários, em entrevista à Bloomberg. "Eu seria mais conservador do que agressivo. Estamos no meio dessa grande decisão de nos tornarmos uma empresa de petróleo em transição", acrescentou.
Segundo Prates, a meta é transformar a Petrobras em uma potência de energia renovável e ter metade das receitas da companhia vindo de fontes de energia e combustíveis renováveis em um prazo de 10 anos. Por isso, a Petrobras se prepara fazer aquisições e investir em projetos de energia eólica e solar para, assim, impulsionar essa mudança. Durante esse processo, contudo, também será preciso investir em exploração de petróleo.
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📉 Diante disso, Prates chegou a dizer que os acionistas da Petrobras entenderiam certa cautela na distribuição de dividendos. A reação, no entanto, foi diferente. As ações da Petrobras caíram mais de 5% na B3 nesta quarta-feira (28). Veja como as ações da Petrobras fecharam:
O mercado vinha alimentando a expectativa de que a Petrobras anunciasse a distribuição de dividendos extraordinários junto com os resultados de 2023, que serão publicados em 7 de março. Pelas contas dos analistas, o provento poderia chegar a US$ 10 bilhões. Por isso, a expectativa pelos dividendos vinha ajudando a impulsionar as ações da Petrobras, que bateu recordes em valor de mercado em 2024.
Com as ações derretendo na B3, a Petrobras publicou um comunicado ao mercado para tentar esclarecer a sua posição sobre o pagamento de dividendos. Segundo a companhia "não há qualquer decisão tomada em relação à distribuição de dividendos ainda não declarados".
Segundo a Petrobras, a Política de Remuneração aos Acionistas da Companhia vai nortear as decisões da sua administração sobre dividendos, incluindo a que será levada para a próxima AGO (Assembleia Geral Ordinária), marcada para 25 de abril. A Petrobras aprovou uma nova política de dividendos em julho de 2023, já na gestão de Jean Paul Prates.
No comunicado, a Petrobras lembrou que a sua nova política de dividendos permite a distribuição de dividendos extraordinários em casos excepcionais, desde que a sustentabilidade financeira da companhia seja preservada.
Após 42 dias de incertezas, a possibilidade de distribuição do provento impulsionou as ações da estatal na B3.
Se ingressarem nos cofres do governo, os recursos contribuirão para compensar frustrações de receitas.