MRVE3: Yield On Cost prova que o retorno de seus imóveis nos EUA é péssimo

MRV vende empreendimento Old Cutler, na Flórida, mas não tapa buraco no caixa, segundo analistas

Author
Publicado em 30/09/2024 às 15:05h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 30/09/2024 às 15:05h Atualizado 1 mês atrás por Lucas Simões
Corretora já tinha baixas expectativas, mas MRV foi pior ainda (Imagem: Divulgação)

📉 As ações da MRV (MRVE3) caíam mais de 1% nesta segunda-feira (30), mesmo após a construtora anunciar que lucrou US$ 11 milhões com a venda de imóveis nos Estados Unidos. Para a Ativa Investimentos, essa não empolgação do mercado tem nome.

A negociação do empreendimento Old Cutler, localizado na Flórida, resultou em um Cap Rate de 5,65% e um Yield on Cost de 6,2%. Mas, foi justamente esse último indicador fundamentalista que desagradou os analistas da corretora.

"O Yield On Cost da operação veio bem abaixo da nossa projeção de 7%, trazendo maior clareza para o péssimo retorno dos empreendimentos nos EUA, como já vinha sendo observado no fluxo de caixa da MRV", comenta a Ativa, em relatório obtido pelo Investidor10.

Ademais, a venda do Old Cutler também ressalta a situação adversa do Hutto Square, empreendimento mais antigo da MRV nos EUA e já quase totalmente alugado.

Isso porque, na visão dos analistas, demonstra a baixa demanda pelos imóveis da MRV e um possível Cap Rate e Yield On Cost piores do que as já baixas expectativas.

O Yield On Cost é uma métrica muito importante para acompanhar empresas boas pagadoras de dividendos, já que mede o dividendo em relação ao preço médio de aquisição. Ou seja, diferente do dividend yield, esse indicador não leva em conta o preço de mercado.

Então, por exemplo, se o investidor recebe R$ 1 de dividendo e a ação custou a ele R$ 10, o seu Yield On Cost será de 10%.

➡️ Leia mais: FIIs nos EUA: 4 REITs para ter dividendos em dólar e surfar queda de juros

MRV melhor no curto prazo

Embora tenham ressalvas, os analistas da Ativa reconhecem que a venda de imóveis da MRV nos EUA traz algum alívio à companhia brasileira no curto prazo. Já que, pelo menos, o Cap Rate veio melhor do que o esperado (5,65% contra a estimativa da corretora de 5,9%).

"É um ponto relevante, uma vez que indica um mercado imobiliário americano menos adverso e um retorno sobre o valor do empreendimento superior ao previsto, o que adiciona um aspecto positivo à transação", destaca a corretora.

💸 Todavia, o ponto mais relevante dessa venda está relacionado à dinâmica de caixa da Resia, o braço americano da MRV, que vêm enfrentando desafios com queima de caixa.

A concretização dessa venda é um passo importante para reequilibrar o balanço da empresa, ajudando a zerar a queima até o final do ano, conforme indicado no guidance (projeção) da MRV.

O movimento, portanto, fortalece a confiança no cumprimento de suas metas financeiras no curto prazo, ao mesmo tempo que ajuda a financiar os próximos projetos ainda neste ano.