Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) despenca 60% e chega a R$ 3,7 bi no 3T25

Apesar da forte retração, o resultado ficou dentro do esperado por analistas, que projetavam lucro próximo de R$ 3,2 bilhões.

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Publicado em 12/11/2025 às 19:02h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 12/11/2025 às 19:02h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
Essa é a terceira queda consecutiva nos lucros da estatal (Imagem: Shutterstock)
Essa é a terceira queda consecutiva nos lucros da estatal (Imagem: Shutterstock)

💲 O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido ajustado de R$ 3,7 bilhões, queda de 60% na comparação anual.

Apesar da forte retração, o resultado ficou dentro do esperado por analistas, que projetavam lucro próximo de R$ 3,2 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Essa é a terceira queda consecutiva nos lucros da estatal, encerrando uma sequência de 16 trimestres de crescimento.

O BB foi o único entre os grandes bancos a registrar retração no período. Itaú (ITUB4), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) mantiveram rentabilidades em dois dígitos e crescimento de lucros.

Agronegócio pressiona resultados

O principal vilão do trimestre foi a inadimplência do setor agropecuário. O Banco Central já vinha sinalizando deterioração da carteira rural, e os números confirmam.

De acordo com levantamento da Serasa Experian divulgado nesta quarta (12), a inadimplência dos produtores rurais alcançou 8,1% no segundo trimestre, alta de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024. A maior parte dessas dívidas está concentrada no sistema financeiro.

Além disso, a entrada em vigor da resolução nº 4.966/2021 do Conselho Monetário Nacional (CMN) exigiu reforço nas provisões para perdas, impactando diretamente o lucro.

Segundo o banco, também houve influência de efeitos não recorrentes, como passivos judiciais e ajustes contábeis relacionados a planos econômicos, estimados em cerca de R$ 700 milhões.

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ROE abaixo de dois dígitos

Com a forte pressão no resultado, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu para 8%, uma retração de 6 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2024.

É o pior nível entre os grandes bancos, ficando bem abaixo dos 23% do Itaú, 17% do Santander e 14,8% do Bradesco.

A perda do patamar dos 20% de rentabilidade, considerado um “nível de excelência” pelo mercado, aumenta a desconfiança dos investidores quanto à capacidade do banco de manter seu protagonismo entre as instituições financeiras listadas.

Ponto de inflexão ou tendência?

O desempenho do banco no período trouxe, novamente, as preocupações com os desafios estruturais do mercado, principalmente no crédito rural.

A reprecificação de riscos no setor, associada à menor previsibilidade de receitas e aumento de provisões, deve seguir pressionando os próximos resultados.

📈 Para analistas, o banco precisa reavaliar sua exposição a segmentos mais vulneráveis e buscar maior eficiência na alocação de capital para sustentar a rentabilidade.