Banco do Brasil (BBAS3) vai pagar R$ 410,6 milhões em JCP; confira
A remuneração será paga em 11 de dezembro aos acionistas que estiverem com posição comprada até 1º de dezembro.
💲 O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido ajustado de R$ 3,7 bilhões, queda de 60% na comparação anual.
Apesar da forte retração, o resultado ficou dentro do esperado por analistas, que projetavam lucro próximo de R$ 3,2 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Essa é a terceira queda consecutiva nos lucros da estatal, encerrando uma sequência de 16 trimestres de crescimento.
O BB foi o único entre os grandes bancos a registrar retração no período. Itaú (ITUB4), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) mantiveram rentabilidades em dois dígitos e crescimento de lucros.
O principal vilão do trimestre foi a inadimplência do setor agropecuário. O Banco Central já vinha sinalizando deterioração da carteira rural, e os números confirmam.
De acordo com levantamento da Serasa Experian divulgado nesta quarta (12), a inadimplência dos produtores rurais alcançou 8,1% no segundo trimestre, alta de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024. A maior parte dessas dívidas está concentrada no sistema financeiro.
Além disso, a entrada em vigor da resolução nº 4.966/2021 do Conselho Monetário Nacional (CMN) exigiu reforço nas provisões para perdas, impactando diretamente o lucro.
Segundo o banco, também houve influência de efeitos não recorrentes, como passivos judiciais e ajustes contábeis relacionados a planos econômicos, estimados em cerca de R$ 700 milhões.
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Com a forte pressão no resultado, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu para 8%, uma retração de 6 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2024.
É o pior nível entre os grandes bancos, ficando bem abaixo dos 23% do Itaú, 17% do Santander e 14,8% do Bradesco.
A perda do patamar dos 20% de rentabilidade, considerado um “nível de excelência” pelo mercado, aumenta a desconfiança dos investidores quanto à capacidade do banco de manter seu protagonismo entre as instituições financeiras listadas.
O desempenho do banco no período trouxe, novamente, as preocupações com os desafios estruturais do mercado, principalmente no crédito rural.
A reprecificação de riscos no setor, associada à menor previsibilidade de receitas e aumento de provisões, deve seguir pressionando os próximos resultados.
📈 Para analistas, o banco precisa reavaliar sua exposição a segmentos mais vulneráveis e buscar maior eficiência na alocação de capital para sustentar a rentabilidade.
A remuneração será paga em 11 de dezembro aos acionistas que estiverem com posição comprada até 1º de dezembro.
Segundo Euler Mathias, diretor de Governo do BB, os recursos serão destinados principalmente à execução de obras de macrodrenagem.