💲 O início da temporada de resultados do terceiro trimestre promete trazer números robustos para o setor elétrico, com destaque para a
Eneva (ENEV3). Segundo estimativas do Itaú BBA, a companhia deve apresentar um
lucro líquido de R$ 616 milhões, avanço de 499% em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrou R$ 103 milhões.
A forte alta é atribuída, principalmente, ao aumento expressivo no despacho térmico no período. De acordo com os analistas, o despacho médio total subiu para 33%, ante 14% no trimestre anterior. No complexo Parnaíba, esse número chegou a 74%.
Além disso, o Ebitda da empresa deve crescer cerca de 60% na comparação anual. O desempenho foi impulsionado tanto pela incorporação das usinas térmicas adquiridas do
BTG Pactual (BPAC11) quanto pelos altos níveis de despacho, ainda que a usina Futura tenha sido afetada por corte de modulação e disparidade de preços entre os submercados. O corte representou cerca de 31% da geração total.
No segmento de comercialização de gás, o banco ainda espera margens positivas, embora mais modestas do que as registradas no trimestre anterior.
Clima pesa no consumo
Os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou 75 GW médios no terceiro trimestre, número 2% menor tanto na comparação anual quanto na trimestral.
As temperaturas máximas mais baixas nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, combinadas com chuvas intensas nas regiões Norte e Nordeste, reduziram a demanda por energia, especialmente em ambientes urbanos, onde o uso de ventiladores e ar-condicionado costuma elevar o consumo.
O cenário penalizou distribuidoras mais expostas às regiões com menor consumo, como
Energisa (ENGI11),
Equatorial (EQTL3) e
CPFL Energia (CPFE3). A expectativa, no entanto, é de que o efeito seja pontual, com recuperação da carga no quarto trimestre, diante da normalização das temperaturas e retomada da atividade industrial.
Equatorial e Echoenergia também devem se destacar
Além da Eneva, os analistas do Itaú BBA apostam na
Equatorial (EQTL3) como outro destaque da temporada. A projeção é de aumento de cerca de 3% no volume faturado (ex-DEG), puxado principalmente pelas concessões no Piauí e Maranhão.
Na geração, a Echoenergia segue como um dos destaques, mesmo impactada pelos cortes de mais de 30% na geração ao longo do trimestre. Já no segmento de transmissão, a venda do negócio não deve afetar os números do 3T25, pois a transação só será contabilizada no quarto trimestre.
O banco projeta um crescimento de 6% no Ebitda recorrente da Equatorial em relação ao ano anterior, mesmo com uma base forte de comparação, dado o bom desempenho registrado no 3T24.
Cemig deve decepcionar no lucro
Na outra ponta,
a Cemig (CMIG4) deve apresentar um desempenho mais fraco. A estimativa do BBA aponta para uma queda de 1,5% no volume faturado, reflexo da perda de dois grandes clientes. Além disso, há expectativa de deterioração nas provisões, o que pode pressionar ainda mais o resultado.
No segmento de geração, transmissão e comercialização (G&T), os custos devem aumentar, puxados pelo impacto do GSF. A projeção é de Ebitda em R$ 1,5 bilhão, recuo de 4,7% na base anual.
📊 O lucro líquido, por sua vez, deve desabar 75%, devido ao aumento das despesas financeiras líquidas e à menor contribuição do resultado de equivalência patrimonial, especialmente da participação em Belo Monte.