Klabin (KLBN11) prevê salto de 200 mil toneladas na produção em 2025; ações reagem

Um dos pilares para esse crescimento será o avanço das máquinas 27 e 28 em Ortigueira (PR), com incremento de 86 mil toneladas.

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Publicado em 10/12/2024 às 15:31h - Atualizado 12 horas atrás Publicado em 10/12/2024 às 15:31h Atualizado 12 horas atrás por Matheus Rodrigues
A empresa anunciou uma redução em sua política de endividamento (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Klabin (KLBN11) planeja um aumento de mais de 200 mil toneladas na produção em 2025 em relação a 2024, de acordo com Marcos Ivo, diretor financeiro da empresa.

O crescimento será impulsionado por novos investimentos, retomada de fábricas e eficiência operacional, consolidando a estratégia da companhia em um cenário de maior conservadorismo financeiro.

Um dos pilares para esse crescimento será o avanço das máquinas 27 e 28 em Ortigueira (PR), com incremento de 86 mil toneladas, além da reativação da unidade de reciclados em Paulínia (SP), prevista para o segundo trimestre de 2025.

Outro fator relevante é a ausência de paradas gerais de manutenção na fábrica de Monte Alegre (PR), que deve adicionar 30 mil toneladas à produção anual.

Essas iniciativas refletem um período de "colheita" após anos de investimentos robustos, permitindo à Klabin reforçar sua geração de caixa e focar na desalavancagem financeira, afirmou o presidente-executivo, Cristiano Teixeira.

Redução de dívida e foco em rentabilidade

A empresa anunciou uma redução em sua política de endividamento, com limite de alavancagem ajustado para 3,9 vezes o Ebitda e corte nos dividendos distribuídos, de até 25% para 20% do Ebitda ajustado.

Esse movimento, aliado a monetizações como o Projeto Platô, deve acelerar a redução da dívida líquida, que encerrou setembro em 3,9 vezes em dólar.

Segundo Teixeira, o objetivo é garantir que "a última linha" do balanço — o lucro — seja direcionada à redução de alavancagem, fortalecendo a posição da Klabin em um mercado ainda desafiador.

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Embalagens, celulose e o foco no Brasil

Em um cenário global de incertezas, a Klabin aposta em oportunidades domésticas, especialmente na ampliação da área de plantio de eucalipto e pinus.

O consumo de embalagens de papel no Brasil ainda é baixo em comparação à Europa, o que representa uma grande oportunidade para expansão no mercado interno, segundo Teixeira.

Mesmo com a recuperação da demanda por celulose na China superando expectativas, os preços globais permanecem sob pressão.

Alexandre Nicolini, diretor comercial de celulose, destacou que os valores estão estabilizados em torno de US$ 550 por tonelada na China e enfrentaram correções na Europa.

Apesar disso, o executivo acredita que os preços atingiram um piso, com expectativas de estabilidade no início de 2025.

Enquanto isso, no segmento de embalagens, Douglas Dalmasi, diretor de embalagens, avalia que o mercado brasileiro segue favorável, com impulso do crescimento da renda, baixo desemprego e programas sociais.

Por volta das 14h10, as units da Klabin registravam queda de 1,45%, na contramão do Ibovespa que subia 0,6%

Fluff e tecnologia: próximos passos da Klabin

Após consolidar sua posição no mercado de celulose tradicional, a Klabin já planeja sua entrada no segmento de celulose fluff, matéria-prima de produtos como fraldas, que oferece alta rentabilidade.

A empresa estuda instalar uma nova fábrica com capacidade entre 600 mil e 800 mil toneladas no Brasil nos próximos anos.

Com foco em tecnologia e competitividade, a Klabin mantém o Brasil como centro de seus investimentos e descarta movimentos de internacionalização significativos no curto prazo.

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Impactos do câmbio e perspectivas para 2025

O câmbio também figura como um fator estratégico para a companhia. Segundo Ivo, cada R$ 0,10 de variação no dólar impacta o Ebitda em R$ 160 milhões.

Ainda assim, a empresa projeta estabilidade nos custos caixa e investimentos para 2025, respectivamente, em R$ 3 bilhões e entre R$ 3.100 e R$ 3.200 por tonelada.

📈 Com um plano sólido de expansão e desalavancagem, a Klabin reforça sua posição como um dos principais players no setor de papel e celulose, mirando 2025 como um ano-chave para consolidar sua estratégia de longo prazo e fortalecer sua geração de caixa.