Isa Energia (ISAE4) pagará R$ 444,7 milhões em JCP
Provento corresponde a um valor bruto de R$ 0,67 por ação e será pago ainda em 2025.
💲 A Isa Energia (ISAE4) — anteriormente conhecida como Isa Cteep — vive um momento de transição estratégica e financeira.
A empresa vem ampliando gradualmente sua alavancagem, movimento que tem chamado a atenção dos investidores e levantado questionamentos sobre o impacto dessa mudança em seus resultados e na distribuição de dividendos.
Segundo a administração, o aumento da dívida é planejado e estratégico, parte de um reposicionamento da estrutura de capital e de uma ampliação do volume de investimentos em projetos de longo prazo.
Desde 2020, a relação dívida líquida/Ebitda da companhia subiu de 1 vez para cerca de 3 vezes, e a projeção é que o indicador atinja 4 vezes até o fim de 2028, antes de iniciar um processo gradual de desalavancagem.
Durante o Dia do Investidor, a CFO Silvia Wada destacou que o aumento da alavancagem ocorre de forma controlada e com objetivos bem definidos.
“De fato, a alavancagem vem subindo, mas partimos de um nível subótimo antes de 2020, quando o volume de investimentos era bem menor”, afirmou.
A executiva explicou que a expansão da dívida tem o propósito de fortalecer a estrutura de capital e garantir a diversificação de receitas, especialmente diante do fim da RBSE (Remuneração Base de Sazonalidade de Energia), previsto para 2028.
O objetivo é evitar que, com o encerramento desse ciclo de receitas, a companhia reduza seu porte ou perca competitividade. Segundo Wada, os aportes atuais são essenciais para preservar a geração de caixa e assegurar novas fontes de faturamento no longo prazo.
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O CEO Ruy Chamas complementou que o plano da Isa Energia é distribuir melhor os vencimentos de contratos e dívidas, de modo a evitar uma concentração de renovações simultâneas.
“Queremos uma estrutura de vencimentos equilibrada, com previsibilidade e segurança para o investidor”, destacou.
Atualmente, a empresa possui contratos com prazo médio de 21 anos, um período mais longo que o de concorrentes como a Taesa (TAEE11), cujas concessões têm, em média, 14 anos, com parte delas vencendo já a partir de 2030.
Essa diferença reforça o perfil de estabilidade e longevidade do portfólio da Isa Energia, algo que a administração pretende manter até, pelo menos, 2040.
A Isa Energia mantém um plano de R$ 7,3 bilhões em investimentos voltado à conclusão de cinco projetos de transmissão de energia que estão atualmente em construção.
Esses empreendimentos devem entrar em operação até 2029 e fazem parte da estratégia de diversificação de receitas e ampliação de capacidade operacional.
Além desses projetos, a companhia também projeta investimentos anuais de aproximadamente R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos, voltados à modernização e à ampliação de ativos já existentes, especialmente na concessão paulista — considerada a principal base de receitas do grupo.
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Mesmo com o aumento do endividamento e o ciclo de investimentos em andamento, a Isa Energia reforça que os dividendos seguem como um dos principais atrativos para o investidor.
Atualmente, o payout — percentual do lucro distribuído aos acionistas — é de 75%, e o dividend yield estimado está acima de 10%, segundo cálculos da Nord Research.
Questionada sobre o impacto do aumento de investimentos no pagamento de proventos, a CFO Silvia Wada ressaltou que a empresa busca equilíbrio entre retorno e crescimento sustentável.
“Não trabalhamos com uma meta fixa de yield anual, e sim com o objetivo de gerar valor de forma contínua”, afirmou.
📊 A executiva enfatizou que o foco é manter uma política de dividendos compatível com a geração de caixa, preservando a solidez financeira da companhia e o retorno consistente aos acionistas.
Provento corresponde a um valor bruto de R$ 0,67 por ação e será pago ainda em 2025.
Receitas da companhia elétrica estão bem menores devido aos efeitos da Revisão Tarifária Periódica (RTP).