Lucro do IRB (IRBR3) salta quase 50% no 1º tri de 2025, a R$ 118,6 milhões
No trimestre, os prêmios emitidos alcançaram R$ 1,247 bilhão, queda de 13,3% em um ano.
💲 O mercado financeiro brasileiro ganhou um novo instrumento de investimento: a Letra de Risco de Seguro (LRS).
A inovação veio pelas mãos do IRB Brasil RE (IRBR3), que lançou a primeira emissão desse tipo no país, movimentando R$ 33,7 milhões em uma operação que promete aproximar de vez o mercado de seguros e o mercado de capitais.
A operação foi conduzida pela Andrina SSPE, subsidiária integral do IRB, e estruturada em parceria com o Itaú BBA, em um movimento que o CEO do IRB, Marcos Falcão, classificou como um "marco inédito para a transferência de riscos no Brasil".
“A emissão das letras de seguro permite que os riscos do mercado segurador sejam absorvidos pelo mercado de capitais”, destacou Falcão.
Apesar do nome técnico, a mecânica das LRS é simples: trata-se de um título que permite que riscos, inclusive de eventos catastróficos, sejam transferidos das seguradoras para o mercado financeiro.
Em vez de carregar todo o risco no balanço, a seguradora capta recursos com investidores interessados em diversificar seus portfólios com ativos descorrelacionados de fatores macroeconômicos tradicionais, como taxa de juros e câmbio. Veja como funciona:
No caso específico dessa primeira operação, os riscos securitizados são relacionados a seguros garantia de 14 grandes empresas atendidas pelo IRB.
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A Letra de Risco de Seguro é vista como uma espécie de "cat-bond à brasileira", proporcionando benefícios tanto para seguradoras quanto para investidores:
Segundo Fausto Morais, superintendente de produtos estruturados do Itaú BBA, há uma forte demanda reprimida por esse tipo de ativo:
“Ativos descorrelacionados com juros ou câmbio são altamente desejados pelos fundos de investimento, especialmente em tempos de volatilidade”, explicou Morais.
A emissão da LRS do IRB também inaugura uma nova dinâmica no mercado de capitais brasileiro, estimulando o desenvolvimento de instrumentos mais sofisticados e que ampliam as opções de alocação para investidores institucionais.
Embora o volume da emissão inicial — R$ 33,7 milhões — seja considerado pequeno, o objetivo foi testar o apetite dos investidores e abrir caminho para futuras emissões em maior escala.
Cesar Cavalcante, presidente da Andrina SSPE, afirmou que a escolha por começar com um produto ligado ao seguro garantia foi estratégica, dado o crescente interesse por esse tipo de proteção no Brasil:
“A LRS é muito utilizada no exterior. Temos uma grande oportunidade de fortalecer nosso mercado de seguros e integrar o Brasil às práticas internacionais”, disse Cavalcante.
O surgimento desse novo instrumento de investimento ocorre em um momento estratégico, com o mercado de seguros brasileiro em expansão e a busca dos investidores por produtos de renda fixa que ofereçam proteção contra a volatilidade tradicional.
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Vale lembrar que a legislação que permite a emissão de títulos de dívida por seguradoras foi sancionada apenas em 2022.
Desde então, o mercado aguardava a efetivação de operações desse tipo — o que finalmente aconteceu com a emissão do IRB, pavimentando o caminho para outras resseguradoras e seguradoras seguirem o mesmo modelo.
A B3, que dará suporte à negociação desses ativos, destacou a importância da operação.
💰 “O início das emissões de LRS traz uma nova oportunidade para captação de recursos pelas seguradoras e uma nova opção para a diversificação de portfólio dos investidores”, afirmou Leonardo Betanho, superintendente de produtos de Balcão da B3.
No trimestre, os prêmios emitidos alcançaram R$ 1,247 bilhão, queda de 13,3% em um ano.
Em comunicado, a empresa agradeceu ao executivo por sua dedicação e profissionalismo ao longo do período em que ocupou o posto.