🚨 O
Ibovespa (IBOV) voltou a demonstrar vigor nesta quarta-feira (3) e renovou seu recorde histórico pela segunda sessão consecutiva, refletindo o apetite renovado dos investidores por ativos domésticos e o forte desempenho das ações da
Vale (VALE3).
O principal índice da bolsa brasileira subiu 0,41%, fechando aos 161.755,18 pontos, em uma jornada marcada por novo pico intradiário que chegou próximo aos 162 mil pontos.
A movimentação positiva ocorreu em meio a um cenário externo mais favorável, expectativas sobre cortes de juros nos Estados Unidos e um ambiente local com grande fluxo de recompras de ações e distribuição de dividendos. A mínima do dia foi de 159.963,49 pontos.
No mercado de câmbio, o
dólar à vista teve queda de 0,32%, encerrando cotado a R$ 5,3133. O recuo reflete o otimismo com a possível flexibilização monetária nos EUA e o alívio nas tensões fiscais e comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Vale puxa o índice e clima de dividendos anima mercado
O protagonismo do dia ficou por conta da Vale, que avançou mais de 3% e liderou o volume financeiro negociado. A
mineradora ganhou tração após o Vale Day, evento para investidores realizado na terça-feira (2), em Nova York.
Durante a apresentação, a companhia atualizou projeções de produção de minério de ferro para os próximos anos, com estimativas entre 335 milhões e 345 milhões de toneladas em 2026, e manutenção da meta de 360 milhões de toneladas até 2030.
A sinalização de disciplina operacional, foco em crescimento e alocação de capital reforçou o entusiasmo do mercado.
Esse otimismo também contaminou outras ações do setor, como
Usiminas (USIM5), que saltou mais de 8%, liderando os ganhos do dia no índice.
Além da força da Vale, o Ibovespa segue impulsionado pelo movimento antecipado de
pagamento de dividendos por parte de várias empresas listadas, em razão das mudanças na tributação previstas para 2026.
De acordo com Alison Correia, analista da Dom Investimentos, esse fluxo tem sido decisivo para manter a bolsa brasileira em patamar elevado. “Estamos vendo uma antecipação estratégica dos dividendos por muitas companhias, que buscam mitigar os efeitos da reforma tributária”, disse.
Outro fator que tem reforçado esse cenário positivo é o volume recorde de recompras de ações, uma prática que contribui para sustentar os preços dos papéis e aumentar o retorno para os acionistas.
Político-comercial também influencia o humor do mercado
No plano político, investidores acompanharam as articulações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quarta-feira, que espera novas revogações de tarifas comerciais impostas por Donald Trump, após ter conseguido avanços nas últimas semanas.
Segundo Lula, a expectativa é de que o governo norte-americano elimine as taxas adicionais sobre produtos brasileiros, que em alguns casos chegam a 40%.
GPA pressiona a ponta negativa
Na outra ponta do Ibovespa, as ações do
GPA (PCAR3) recuaram cerca de 3%, pressionadas pela notícia de que seu principal acionista, o Grupo Coelho Diniz, estaria envolvido em uma investigação do Ministério Público de Minas Gerais sobre fraudes em ICMS e lavagem de dinheiro.
Embora o grupo tenha negado que os investimentos no GPA sejam alvos da operação, a repercussão negativa contaminou os papéis.
Exterior
No exterior, os principais índices dos Estados Unidos fecharam em alta, com destaque para o Dow Jones, que subiu 0,86%.
Os mercados seguem atentos à próxima reunião do Federal Reserve, marcada para os dias 9 e 10 de dezembro, diante da forte probabilidade de um novo corte de juros, estimado em 0,25 ponto percentual.
O relatório ADP, divulgado hoje, indicou o fechamento de 32 mil postos de trabalho no setor privado americano em novembro, o que reforça a leitura de desaceleração da economia e aumenta as apostas de flexibilização monetária.
Segundo o FedWatch, ferramenta do CME Group, 89% dos operadores agora projetam corte na taxa básica de juros dos EUA na próxima reunião.
📊 Confira o fechamento dos principais índices globais:
- Dow Jones (EUA): +0,86%, aos 47.882,90 pontos
- S&P 500 (EUA): +0,30%, aos 6.849,72 pontos
- Nasdaq (EUA): +0,17%, aos 23.454,09 pontos
- Stoxx 600 (Europa): +0,07%, aos 575,65 pontos
- Nikkei (Japão): +1,14%, aos 49.864,68 pontos
- Hang Seng (Hong Kong): -1,28%, aos 25.760,73 pontos